"Vejo com a maior das reservas a ideia de que a ADM [Assistência na Doença aos Militares] se possa tornar voluntária, mas quero que estudem o assunto. Não me vou basear no 'achismo'", disse João Gomes Cravinho, em resposta a uma pergunta do deputado do PSD Rui Silva, na comissão de Defesa Nacional. .O deputado questionou o ministro sobre a preocupação que disse estar a ser sentida no meio militar, face a um despacho de João Gomes Cravinho visando avaliar a viabilidade da inscrição voluntária na ADM..Gomes Cravinho disse que a medida é uma das recomendações que constam de um relatório do Tribunal de Contas que o Ministério da Defesa não tem necessariamente de acolher, mas "não pode ignorar"..Nesse sentido, disse, foi feito um despacho "a pedir que avaliassem a viabilidade das várias recomendações" do relatório do Tribunal de Contas, uma das quais a passagem da inscrição na ADM a um regime voluntário..O ministro acrescentou que pediu à Plataforma criada pelo seu antecessor, Azeredo Lopes, para estudar medidas para o fortalecimento do Sistema de Saúde Militar, entre as quais a viabilidade de várias recomendações do relatório do Tribunal de Contas sobre a Saúde Militar e a sustentabilidade do Instituto de Ação Social das Forças Armadas. .O "objetivo será robustecer e assegurar a sustentabilidade da ADM. Tenho algumas ideias e gostaria de as consolidar", antes de tomar decisões, disse João Gomes Cravinho, na audição parlamentar regimental sobre a política para o setor. .Questionado pelo PCP sobre se o parlamento terá oportunidade de se pronunciar até ao final da legislatura sobre a reforma do sistema de saúde militar, o ministro invocou urgência na adoção de algumas medidas pelo Governo.."Nós não estamos a falar de uma revolução, estamos a falar de medidas que têm, com alguma urgência, de ser desencadeadas", disse, acrescentando que o parlamento que vier a ser eleito em outubro poderá fazer essa avaliação. ."Eu acredito que quando chegar a outubro, com a entrada em funções do novo parlamento, haverá todas as condições para olhar para o que estará ainda a ser feito, porque não tenho a ambição de resolver tudo em poucos meses", declarou..O ministro rejeitou, como tinha alegado o CDS-PP, que a dívida do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) esteja a crescer, afirmando que "já começou a abater" e que o passo seguinte será fazer "um acerto de contas" com o setor privado e com o setor público.."A dívida é muito substancial mas existem agora condições para planear esse acerto de contas. Falta uma certificação final das contas do IASA, algo que foi negligenciado durante algum tempo", adiantou..O ministro disse ainda que a ex-ministra Ana Jorge, que lidera um estudo sobre o sistema de Saúde Militar a pedido do ministério, pediu o adiamento da entrega de resultados, passando o prazo final de 31 de maio para 19 de junho. .O "estudo de avaliação" do Sistema de Saúde Militar foi pedido em março e deverá conter "propostas concretas" sobre o modelo de organização, capacidades do Hospital das Forças Armadas, serviços prestados, indicadores de eficiência, sustentabilidade e interação com o Serviço Nacional de Saúde.