Ministro afirma que apoiantes de Gulen são piores que nazis

Omer Celik acusou os apoiantes de Gulen de massacrar o próprio povo com caças e helicópteros
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O ministro dos Assuntos Europeus turco afirmou esta segunda-feira que os nazis eram "uns aprendizes" quando comparados com os apoiantes do religioso exilado Fethullah Gulen, que Ancara responsabiliza pela tentativa de golpe de Estado de julho.

Omer Celik respondia às declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês, Jean Asselborn, que comparou a purga das autoridades turcas contra alegados golpistas "a métodos usados pelos nazis".

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"É falta de conhecimentos históricos. É ao contrário: a luta da Turquia agora é parecida com a que foi feita contra os nazis depois do fim do regime nazi", garantiu Celik, na conferência de imprensa realizada no final de uma reunião com os embaixadores da UE, em Ancara.

"Comparados com a FETO (sigla usada pelo governo turco para a rede de seguidores de Gulen), os nazis eram uns aprendizes, uns alunos da escola primária", sublinhou o ministro, citado pelo diário turco Hurriyet.

"Esta é uma organização que massacra o seu próprio povo com caças e helicópteros", insistiu, numa referência aos acontecimentos de 15 de julho.

Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos, negou qualquer ligação à tentativa de golpe de Estado.

Celik recusou as críticas da UE pela detenção de nove deputados do partido HDP, o terceiro do parlamento, de esquerda e pró-curdo.

"Pode defender-se a liberdade de expressão de todos no parlamento. Mas não se podem cometer atos de terrorismo", afirmou o ministro e lembrou que alguns membros do HDP assistiram aos funerais de elementos da guerrilha curda.

O ministro declarou que o único objetivo da detenção dos deputados era "fazer valer o Estado de direito".

Omer Celik acusou a Comissão Europeia de estar numa fase ineficaz, "sem visão e com dualidade de critérios", mas prometeu continuar as negociações de adesão da Turquia à UE, "construindo pontes ainda mais sólidas".

"Quem quer acabar com as negociações são os racistas", concluiu o ministro, numa alusão às vozes europeias a favor da suspensão das negociações com a Turquia, como a do chanceler austríaco, Christian Kerr.

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