Ministra elogia Mega pela nova temporada do CCB

Apresentada ontem, a oferta cultural agendada de 20 de Setembro e 31 de Julho é de "elevadíssima qualidade", segundo Isabel Pires de Lima. Ópera, cinema, literatura, mais eventos ao ar livre, uma biblioteca e novo auditório são as apostas. O Museu Colecção Berardo já não abre até final deste ano. E em 2007 o orçamento deve manter-se nos 16 milhões de euros
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22/06/2006 | DIÁRIO DE NOTÍCIAS | ARTES | 27 / 26 / 26 / 27
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A ópera regressa, o cinema também, a música é a grande aposta e haverá até orquestra residente, mas o programa pretende cruzar disciplinas e passa pela literatura e pelas exposições, agendadas até Fevereiro. Com mais produções próprias, dinamização de todos os espaços e uma nova biblioteca, o CCB anunciou ontem, em Lisboa, a sua temporada para 2006/07. E a ministra da Cultura gostou do que ouviu.

Apresentada à imprensa no palco do Grande Auditório - que acolherá, de 20 de Setembro a 31 de Julho, mais de 130 espectáculos -, esta é a primeira programação do centro "por temporada" e a primeira da responsabilidade da administração presidida por António Mega Ferreira.

A ideia, explicou, é não só adequar o CCB ao "biorritmo das grandes salas internacionais" (Agosto será mês de férias e manutenção), mas "reforçar a diversidade de oferta" . Embora só na temporada 2008/09 se atinja a "velocidade de cruzeiro".

A "redefinição programática" contempla ciclos temáticos. Os primeiros quatro serão dedicados ao centenário de Shostakovitch (com música e filmes), 250 anos de Mozart, Quatro Quartetos (repertório de câmara) e Paul Bowles (que associará literatura, cinema e fotografia).

Na Primavera de 2007 abre a nova Sala de Leitura, "embrião " da futura biblioteca, em resposta ao desafio do Plano Nacional de Leitura. A orquestra Divino Sospiro vai residir no CCB e há conversações idênticas com a OrchestrUtópica. Em nome da transversalidade e da captação de públicos, a actividade e o orçamento do Centro de Pedagogia e Animação aumentam. E a Festa da Primavera acaba, dando lugar ao CCB Fora de Si, programa ao ar livre, de um mês.

Criticando a atitude "autista" e a "ausência de critérios de programação" nos últimos anos, que fez do CCB uma "casa de acolhimento e de aluguer", a ministra Isabel Pires de Lima mostrou-se "satisfeita com a nova equipa" e as suas "propostas de elevadíssima qualidade". Na sala estavam o Secretário de Estado Mário Vieira de Carvalho, os três administradores, os directores, assessores e vários funcionários - o quadro de pessoal já está "perfeitamente estabilizado", assegurou Mega Ferreira.

Orçamento e Museu Berardo

A ministra adiantou que em 2007 o orçamento previsto se mantém nos 16 milhões de euros (metade do Estado, metade de receitas próprias), considerando tratar-se de um "reforço efectivo" pois o Centro de Exposições (CE) será ocupado pelo Museu Colecção Berardo. Um "reforço" de 500 mil euros, a diferença entre os 1,3 milhões gastos na programação do CE e os 800 mil de receita.

No entanto, questionada sobre o protocolo com o coleccionador, Pires de Lima admitiu "uma forma de compensação", porque a manutenção do espaço fica por conta do CCB .

De acordo com a ministra e com a administradora Margarida Veiga (membro da fundação que vai gerir o museu), ainda não há data para abrir nem director escolhido. Era suposto inaugurar até ao final de 2006, mas um anexo ao protocolo prevê a realização das exposições marcadas.

Assim, o CCB acolherá a colecção Helga de Alvear, antológica de Jorge Martins, desenhos de Abel Salazar e World Press Photo, até Outubro. Habitar Portugal, de Outubro a Dezembro. E até 25 de Fevereiro as mostras de Candida Höfer (cujas fotos de Portugal vão a Washington), a arquitectura/urbanismo de Gonçalo Byrne, BESPhoto e Nuno Cera. No Grande Hall do CE funcionará ainda o novo Auditório 3 (testado na Festa da Música), com acesso, estacionamento e bilheteira próprios.

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