A discussão pública da proposta de revisão curricular foi apresentada em dezembro pelo ministro da Educação, Nuno Crato, e a versão final será anunciada em março para "permitir às escolas uma preparação atempada do próximo ano letivo", refere o MEC em comunicado..Segundo o MEC, o número de contributos que chegaram ao e-mail revisão.estrutura.curricular@mec.gov.pt atingiu "o seu pico nos últimos dias", somando 1.628 contributos de pessoas a título individual e de várias entidades..Dos contributos recebidos, o Ministério da Educação e Ciência já analisou 1.118, dos quais 843 individuais e 342 de entidades, como grupos disciplinares, associações profissionais, entre outros..O número de sugestões ou propostas específicas totalizou 2.028, adianta o MEC, que faz "um balanço muito positivo de um processo altamente participado"..O ministério realizou reuniões com mais de 1.500 membros de direções de escolas de todo o país, e o ministro e os secretários de Estado do Ensino Básico e Secundário e do Ensino e da Administração Escolar estiveram na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência para responder às questões dos deputados. .O MEC saúda os diversos debates promovidos por entidades da sociedade civil interessadas em serem parte ativa nesta revisão...Segundo o ministério, os contributos elaborados a partir destas discussões, bem como os enviados a título individual, estão a ser analisados e poderão ser integrados na versão final. .A revisão da estrutura curricular é mais uma etapa da revisão do currículo, que envolverá ainda as metas curriculares e os programas. ."Não se pretende introduzir grandes mudanças de uma só vez, mas antes fazer pequenos ajustamentos para melhorar a qualidade do ensino e centrá-lo nas disciplinas e conteúdos essenciais", refere o MEC..O principal foco de críticas à revisão curricular tem estado na eliminação de Formação Cívica..Vários pareceres foram enviados por parte das organizações de professores e também o provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, quis entrar no debate, manifestando preocupação com este assunto, em particular com o fim de formação cívica..O Conselho Nacional de Educação, órgão consultivo do MEC, não entregou qualquer parecer dentro do prazo estabelecido, alegando precisar de mais tempo.. As principais críticas dos sindicatos prendem-se com a previsível dispensa de professores, daí que a FNE considere o documento oficial "um instrumento de contenção orçamental". Idêntica posição tem sido defendida pela Federação Nacional dos Professores. .Já Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais defendeu uma reforma curricular que comece no primeiro ciclo ou no jardim de infância e defina metas até ao 12.º ano..Ninguém contesta o reforço de disciplinas como história e geografia, ciências, inglês ou português e matemática, mas tanto os diretores escolares, como os pais, preferiam que se mantivesse a formação cívica, uma das áreas curriculares eliminadas, na proposta do Governo..Tanto os sindicatos como os partidos da oposição pretendiam que a discussão se prolongasse por mais tempo.