Ilídio Vieira Té, diretor do gabinete do ministro da Função Pública afirmou que os dois processos, recrutamento de novos soldados e as graduações dos agentes da polícia, não obedeceram às regras estabelecidas na administração estatal pelo que, disse, são nulos..No passado mês de dezembro, as Forças Armadas guineenses passaram a contar com mais 1.600 novos soldados, recrutados e incorporados pelo Estado-Maior General, após 45 dias de treino na base militar de Cumeré, a 40 quilómetros de Bissau..Os novos soldados, na sua maioria jovens dos 18 a 25 anos, alistados dos liceus e voluntários, encontram-se distribuídos, após o juramento da bandeira guineense, nos aquartelamentos da Marinha, Força Aérea e do comando do Exército.."Podemos considerar este processo de nulo tendo em conta que não obedeceu aos critérios estabelecidos por lei", defendeu Ilídio Té, acrescentando que o ministério que gere os funcionários públicos mandou cancelar o pagamento dos ordenados aos novos soldados.."A Função Pública não foi tida nem achada em todo processo de recrutamento nas Forças Armadas", declarou Té, para criticar a atuação do Ministério das Finanças que teria sido a entidade que autorizou a incorporação de novos militares.."Que se saiba o Ministério das Finanças é vocacionado para arrecadar receitas e proceder aos pagamentos conforme as indicações de quem gere os recursos humanos que somos nós", disse o diretor do gabinete do ministro da Função Pública..Ilídio Té adiantou que os novos soldados não vão receber nada do Estado por não possuírem "nenhum documento" que demonstre a tramitação legal para a sua entrada na Função Pública..O responsável indicou também que o Ministério da Função Pública não deu aval ao pedido do Ministério do Interior que solicita a regularização de cerca de 3.900 agentes, bem como o pagamento de novos ordenados aos graduados da polícia..A recusa aos dois pedidos prende-se com o facto de o Governo ter congelado as promoções nas carreiras de todos os funcionários públicos, frisou Ilídio Té, lembrando o caráter geral das leis da administração pública.."Se a lei diz que as promoções nas carreiras estão congeladas, não entendemos como foi possível o Ministério do Interior promover agentes nas suas patentes", considerou Té, salientando que o Ministério do Interior "não pode ser um caso à parte".