Mineiros da Panasqueira fazem greve dias 2 e 3 de abril
A paralisação representa "um endurecer da luta" iniciada com a greve de 07 de março e em que são reclamados aumentos salariais superiores aos propostos pela empresa, disse à agência Lusa José Maria Isidoro, dirigente sindical na Panasqueira.
"Este é o resultado da irredutibilidade da empresa em querer considerar as reivindicações", acrescentou, após a reunião que juntou cerca de 170 trabalhadores, segundo dados do sindicato.
No plenário participou o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que pouco antes do encontro defendeu, em declarações à Lusa, um aumento gradual de salários nas Minas da Panasqueira, onde estão "os trabalhadores mais mal pagos do setor".
O caderno reivindicativo do sindicato defende 55 euros de aumento salarial, um acréscimo de três euros por dia ao subsídio de alimentação e passagem de trabalhadores a prazo a efetivos.
Por seu lado, a Sojitz Beral propôs um aumento de 5,03 por cento, que diz representar "um esforço tremendo" face à previsão de 4,5 milhões de euros de resultado negativo para este ano, refere em comunicado.
A empresa diz estar a ser prejudicada com a descida de 37 por cento da cotação do volfrâmio, minério extraído na Panasqueira, entre junho de 2011 e dezembro de 2012.
No entanto, os números não são consensuais.
O sindicato acusa a empresa de falar de um aumento da ordem dos cinco por cento por somar vários benefícios, sendo que o aumento salarial real proposto é de 2,5 por cento.
"Na nossa opinião, existem condições para que boa parte das reivindicações dos trabalhadores sejam respondidas. A melhoria dos salários é boa para a empresa e também para a economia da região", acrescentou Arménio Carlos.