Militares angolanos acusados de torturas

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A organização de direitos humanos Human Rights Watch vai lançar hoje um apelo público a Angola, desafiando Luanda e o regime de José Eduardo dos Santos a porem cobro a todos os abusos, torturas e violações que têm sido cometidas pelo exército angolano na região de Cabinda.

«Ao longo de 2003, o exército angolano procedeu a execuções sumárias, a detenções e a prisões arbitrárias, a torturas e a maus tratos sobre civis, sobre quem foram exercidas igualmente violências sexuais», lê-se num documento da organização que hoje será tornado público em Nova Iorque. E que retoma, de alguma forma, denúncias que continuam a ser feitas por elementos da Igreja Católica e organizações de direitos humanos.

O documento alude ainda aos 30 mil soldados angolanos que se encontram em Cabinda, um enclave angolano situado entre a República Democrática do Congo e o Congo-Brazzaville, e que não fazem qualquer distinção entre os separatistas que lutam pela independência do território e as respectivas populações civis.

Uma situação que é especialmente grave numa altura em que, segundo a Human Rights Watch, Cabinda até tem vindo a assistir a uma diminuição da actividade separatista no seu território, tornando incompreensível a passividade de Luanda nesta matéria.

«O Governo angolano», acrescenta ainda a mesma organização num documento repleto de testemunhos, «deve pôr termo à impunidade e submeter os suspeitos a julgamento».

«Com ou sem combates, as mulheres de Cabinda e as suas filhas continuam a ser extremamente vulneráveis às violências sexuais do exército angolano», denuncia ainda a Human Rights Watch, adiantando que este panorama abrange igualmente os elementos masculinos da população. Muitos dos quais já foram confrontados com a ameaça de castração.

Num comunicado ontem distribuído a nível internacional, que está assinado por Peter Takirambudde, a Human Rights Watch denuncia ainda as omissões do exército e da polícia angolana, que se recusam a intervir e que se abstêm de actuar, quando estão em causa suspeitos que pertencem àquelas instituições.

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