Militares adquirem fardas no mercado paralelo

Os militares da GNR estão a adquirir peças para a farda no mercado paralelo por falta de stock na secção de fardamento desta força de segurança
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Os militares da GNR estão a adquirir peças para a farda no mercado paralelo por falta de stock na secção de fardamento desta força de segurança, que já há algum tempo está sem capacidade para dar resposta aos vários pedidos.

Militares da Guarda Nacional Republicana contactados pela agência Lusa referem que não conseguem adquirir peças de roupa para a farda no serviço de intendência da GNR, situada na Graça, em Lisboa, único depósito oficial de aquisição de fardamento.

Os militares alegam que esta situação já acontece há algum tempo e as principais faltas são camisas e calças, restando como única alternativa a compra das peças no mercado paralelo, empresas particulares que vendem peças de roupa para as forças de segurança, mas que não estão certificadas.

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR) confirmou à agência Lusa a falta de fardamento no serviço da corporação, adiantando que têm chegado queixas à APG.

"Têm chegado queixas à APG de que não existem algumas peças de fardamento nos serviços de intendência", disse o presidente da APG, José Manageiro, referindo que os militares dirigem-se à intendência e, por vezes, "não têm o equipamento necessário".

Segundo a APG, a GNR "não tem capacidade para dar resposta aos pedidos dos militares", não restando outra alternativa aos militares que recorrer a empresas particulares que vendem fardamentos para as forças de segurança, uma vez que têm que "andar minimamente fardados".

José Manageiro afirmou que do ponto de vista legal o serviço da intendência é o único local onde os militares podem adquirir o fardamento, mas existem empresas que não estão certificados a vender peças para as fardas.

A APG desconhece quando é que o stock será reposto pelo serviço de intendência.

Também a Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG) afirma que "há falta de fardamento" na GNR, justificando-o com o novo regulamento que ainda não foi posto em prática por falta de verba.

O presidente da ASPIG, José Alho, disse à agência Lusa que o projeto do novo regulamento de uniformes da GNR está feito desde o anterior Governo, mas ainda não foi aprovado por falta de dinheiro.

Segundo José Alho, o comando geral da GNR necessitava de cerca de 20 milhões de euros para a aquisição do novo fardamento.

"Devido à falta de cabimento orçamental", o comando geral está a preparar alterações para entregar ao Ministério da Administração Interna, adiantou.

O serviço da intendência necessita de ter as verbas necessárias para adquirir peças de roupa, que posteriormente serão compradas pelos militares, que recebem, mensalmente, 16,16 euros de subsídio de fardamento.

A agência Lusa contactou o comando geral da GNR para obter esclarecimentos sobre o assunto, mas não obteve qualquer resposta.

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