Militante após o 25 de Abril saiu em 90

Em Julho de 1990, Vital Moreira deixa o PCP por iniciativa própria, mas no seu currículo como cabeça de lista do PS às europeias o dado é omitido
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Vital Moreira aderiu ao PCP a seguir ao 25 de Abril , revolução que o apanhou em Londres a fazer o doutoramento, um projecto adiado pela entrada na vida política activa tendo sido deputado na Assembleia Constituinte.

Com participação parlamentar muito activa, Vital Moreira acaba, assim, por deixar um pouco para trás a carreira académica que mais tarde retoma.

Em 1987, teve início uma dissidência no PCP o chamado "grupo dos seis" que era integrado por Vital Moreira, Silva Graça, Veiga de Oliveira, Sousa Marques, Vítor Louro e Dulce Martins.

Este grupo entrega ao secretário-geral, Álvaro Cunhal, um documento em que é apresentada a defesa de mudanças internas no PCP. Nesse mesmo ano, o MDP rompe com a APU, o que leva o PCP e o PEV a constituírem com a Intervenção Democrática a CDU.

No ano seguinte, em 1988, a contestação do "grupo dos seis", que continua a elaborar documentos, é engrossada pela "Terceira Via", uma tendência comummente considerada menos radical na exigência de mudanças.

Zita Seabra é demitida da Comissão Política e do Comité Central, enquanto no XII Congresso do PCP são introduzidas alterações ao programa.

Os contestatários à linha mais ortodoxa são afastados do Comité Central. No ano seguinte, em 1989, concretiza-se a segunda revisão da constituição, e consagra-se o fim da "irreversibilidade das nacionalizações". No mesmo ano, uma coligação do PS com o PCP "Com Lisboa" ganha a Câmara Municipal de Lisboa e elege Jorge Sampaio. Em 1990, Zita Seabra é mesmo expulsa do PCP.

Vital Moreira não seria expulso, deixando o PCP em Julho de 1990 mas por iniciativa própria.

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