Milagre orçamental de Centeno à boleia de juros e melhor economia
Cerca de 75% do esforço orçamental permanente (estrutural, sem recurso a medidas temporárias e pontuais) no ano de 2018 foi obtido com base numa economia mais favorável e por menor despesa com juros, diz o Conselho das Finanças Públicas (CFP), num estudo sobre as contas do ano passado, divulgado esta quinta-feira.
"Excluindo o efeito de medidas temporárias e não recorrentes (one-off), o saldo orçamental das Administrações Públicas (AP) atingiu o equilíbrio", ficando assim em 0% do produto interno bruto (PIB).
Adicionando o efeito das tais medidas temporárias, o saldo global (que é o que conta para a avaliação de Bruxelas, por exemplo) transforma-se num défice de 0,5% do PIB, como já foi confirmado pelo INE, no final de março.
Segundo o CFP, em 2018 registou-se "uma melhoria do saldo orçamental ajustado destes efeitos pontuais de 0,8 pontos percentuais (p.p.) do PIB, correspondente a metade da verificada em 2017 (de 1,6 p.p. do PIB)".
"Três quartos (75%) desta correção explica-se pela conjuntura económica favorável e pelos menores encargos com juros decorrentes das melhores condições de financiamento em mercado e da amortização antecipada dos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo último pagamento ocorreu em dezembro de 2018″, conclui a entidade presidida por Nazaré Costa Cabral.