Miguel Stilwell de Andrade fica CEO interino "enquanto se verificar o impedimento" de Mexia
De forma interina, Miguel Stilwell de Andrade é o substituto de António Mexia à frente da EDP, depois da nomeação do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administração da empresa confirmada nesta segunda-feira à noite, em comunicado à CMVM. Comunicado que sublinha que o até agora chief financial officer fica com o "exercício interino das funções e cargo de presidente do conselho de administração executivo enquanto se verificar o impedimento do Dr. António Mexia, e em acumulação com as atuais funções".
A empresa esclarece ainda que, tendo em conta que o conselho de administração tem o seu número mínimo de membros fixado nos estatutos, este mantém também "todos os poderes e condições necessárias para assegurar o regular funcionamento da sociedade e das suas relações com as subsidiárias, nomeadamente a EDP Renováveis e a EDP Energias do Brasil".
Miguel Stilwell de Andrade fica assim à frente da EDP, sendo um dos mais jovens CEO do PSI 20, com 44 anos. Falta saber quem substitui João Manso Neto à frente da EDP Renováveis, uma informação que não tinha sido divulgada até ao fim da noite. No entanto, tal como na EDP, também a substituição de Manso Neto será feita de forma interina e enquanto se verificar o impedimento de funções. Ao que o Dinheiro Vivo apurou, o nome em causa deverá ser conhecido esta terça-feira. Em março haverá uma assembleia geral eletiva que irá escolher a próxima administração da EPD.
A EDP aproveita para contestar a suspensão de funções dos dois dirigentes, ao afirmar que "relativamente às matérias em causa não houve qualquer irregularidade que lhe possa ser imputada".
"Não tendo havido qualquer benefício para a EDP decorrente da cessação antecipada dos CAE e adoção do regime dos CMEC, bem como da extensão do direito de utilização do DPH, toda a argumentação associada a atos de favorecimento da EDP não tem fundamento", continua o documento.
Depois de conhecida a decisão do juiz Carlos Alexandre a EDP descapitalizou em bolsa algo equivalente a 475 milhões de euros, até a CMVM suspender a negociação das ações das duas empresas.
Com Teresa Costa