Miguel Relvas convocado para explicar negócios com Efisa
Miguel Relvas vai mesmo ter de se explicar sobre os "múltiplos episódios" relacionados com banco Efisa perante os deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), depois de um requerimento do PS a pedir a presença do antigo ministro-adjunto do Governo de Passos Coelho ter sido aprovado por unanimidade. Também a ex-secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, será ouvida no mesmo âmbito.
A bancada do PSD, pela voz do deputado Duarte Pacheco, disse que "nada" tinha "a opor" à presença do também dirigente social-democrata, mas acusou o PS de "manobra de diversão", por o "processo orçamental estar a correr menos bem" aos socialistas. "O PS precisa desta manobra de diversão", reiterou Duarte Pacheco.
O deputado social-democrata fez ainda um requerimento oral para solicitar o relatório à Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial sobre a venda do banco Efisa pelo Estado, que foi também votado por unanimidade dos grupos parlamentares presentes.
Segundo o requerimento do PS, "a recapitalização pública do Banco Efisa totalizou 90 milhões de euros e foi operada por Despacho da ex-secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco. Posteriormente, e já em julho de 2015, a Parparticipadas decidiu vender o Banco Efisa à Pivot SGPS pelo valor de 32 milhões de euros. Supostamente, a Pivot SGPS contou com a consultoria do ex-ministro do Governo PSD/CDS, Miguel Relvas ao longo do processo que levou à aquisição do Banco Efisa."
A 21 de janeiro soube-se que o Banco de Portugal estava a analisar a certificação de Miguel Relvas como acionista do banco de investimento do antigo BPN. Segundo os socialistas, "o anterior Governo PSD/CDS, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, injetou 90 milhões de euros num banco que, [...] caso o Banco de Portugal assim o decida, poderá ser de Miguel Relvas, ex-ministro e ex-número 2 de Pedro Passos Coelho". São estes "múltiplos episódios" que os deputados da COFMA vão agora avaliar.
A presidente da Comissão, a deputada do PSD Teresa Leal Coelho, não antecipou um calendário. "Se tudo correr dentro do programado e as pessoas em causa tiveram disponibilidade de agenda, contamos ouvi-las no período a seguir à discussão do Orçamento do Estado", rematou.