Migrações: UE prolonga Operação Sofia por mais três meses à procura de solução para Itália

O Conselho da União Europeia prolongou hoje por mais três meses o mandato da Operação Sofia, destinada a combater as redes criminosas que traficam migrantes no Mediterrâneo central, sem avançar soluções para os obstáculos levantados pelo Governo italiano.
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Num curto comunicado, o Conselho informou, sem avançar qualquer detalhe adicional, que estendeu o mandato da missão naval até 31 de março de 2019, a menor das prorrogações até ao momento - a última, em julho de 2017, tinha sido por um ano e meio.

De acordo com a agência France-Presse, que cita uma fonte diplomática, trata-se de "uma extensão técnica de três meses", com o propósito de conferir mais tempo aos Estados-membros para encontrarem soluções para responder à recusa do executivo populista italiano em acolher migrantes nos seus portos.

Em 19 de julho, a Comissão Europeia confirmou que Itália queria retirar-se da Operação Sofia, deixando consequentemente de receber pessoas resgatadas no mar.

"A Itália pediu a revisão da Operação Sofia e anunciou querer deixar de aplicar as suas normas", disse na conferência de imprensa diária a porta-voz do executivo comunitário para a Política Externa, Maja Kocijancic.

Nos últimos meses, a coligação governamental italiana, que integra a Liga (extrema-direita) e o Movimento 5 estrelas (M5S, antissistema), tem insistido com os seus parceiros europeus para a necessidade de existir uma partilha de responsabilidades, fechando os seus portos à entrada de migrantes resgatados no mar.

Oficialmente denominada operação EUNAVFOR MED Sophia, a missão naval da UE, lançada em 22 de junho de 2015, visa desmantelar o modelo de negócio dos passadores e dos traficantes de seres humanos na zona sul do Mediterrâneo central, tendo ainda como missão o salvamento de vidas no mar.

Os navios participantes desembarcam os migrantes resgatados em portos italianos, onde a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) instalou postos de registo e identificação das pessoas.

Na nota de hoje, o Conselho recorda que a operação contribui para os esforços da UE para "devolver a estabilidade e a segurança à Líbia e para a segurança marítima na região do Mediterrâneo central".

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