Numa carta aberta, 25 organizações não-governamentais (ONG) defenderam hoje que os Estados-membros da União Europeia (UE) devem partilhar equitativamente a responsabilidade de receber requerentes de asilo, bem como apelaram ao cancelamento das restrições de movimentos que mantêm milhares de pessoas nas ilhas do mar Egeu (localizadas em frente à Turquia)..Também defenderam que a Grécia deve distribuir de forma eficiente o financiamento para garantir a proteção dos refugiados e não apenas das fronteiras.."A política que aprisiona as pessoas nas ilhas gregas e as impede de alcançar o território europeu tem causou um ciclo recorrente e interminável de superpopulação, de condições de vida de má qualidade e de um acesso aos serviços extremamente débil", destacaram as ONG na petição..Entre as organizações que assinaram a petição estão, por exemplo, a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Oxfam, o Comité Internacional de Resgate, os Médicos do Mundo e o Serviço Jesuíta a Refugiados.."Atualmente, cerca de 12 mil pessoas ainda são forçadas a viver em centros de acolhimento e de identificação inadequados, construídos para uma capacidade máxima que está duplicada com a sua população atual: dormem em tendas sem aquecimento ou em contentores sobrelotados com acesso limitado a água potável e eletricidade, expostas muitas vezes a situações de violência, assédio e exploração", relataram as organizações..As mesmas organizações indicaram que as expectativas criadas pelo acordo migratório UE-Turquia, estabelecido em março de 2016, foram deflagradas e não são realistas..A expectativa era que a maioria das pessoas fosse devolvida à Turquia, mas, segundo fontes dos serviços de asilo gregos, apenas 6% dos requerentes de asilo na ilha de Lesbos foram considerados aptos para a devolução.."Ao evitar que a maioria dos requerentes de asilo deixem as ilhas e sejam transferidos para o continente, os governos europeus estão a colocar uma pressão excessiva sobre os habitantes das ilhas, das comunidades, das autoridades locais e sobre a Grécia", concluíram..Segundo o Ministério da Migração grego, mais de 15.150 migrantes vivem atualmente nas ilhas do mar Egeu Oriental. .A Turquia e a UE fecharam a 18 de março de 2016 um acordo para o acolhimento de refugiados, protocolo que foi negociado para travar a vaga migratória através do mar Egeu..O acordo previa que todos os migrantes que tivessem entrado ilegalmente na Grécia desde meados de março fossem devolvidos ao território turco. .O protocolo conseguiu reduzir significativamente as chegadas através da rota do Mediterrâneo oriental, entre as costas turcas e a Grécia.