Em janeiro, um comunicado emitido pela Ferrari correu o mundo por causa do apelido de um piloto. A marca italiana anunciou que tinha chegado a acordo com Mick Schumacher, filho do heptacampeão do mundo de Fórmula 1, para integrar a academia de pilotos da escuderia do cavallino rampante, um trampolim para jovens pilotos poderem chegar à elite. O anúncio, curiosamente, surgiu poucos dias depois de se completarem cinco anos do acidente sofrido pelo pai, Michael, quando fazia esqui nos Alpes franceses - o verdadeiro estado de saúde do ex-piloto alemão continua a ser um dos segredos mais bem guardados..Mick Scumacher, de 20 anos, via premiada uma temporada fabulosa na Fórmula 3 europeia (graças a um excecional final de temporada, com oito vitórias e três segundos lugares nas últimas 18 corridas), na qual sagrou-se campeão e valeu-lhe a promoção à Fórmula 2, onde nesta temporada vai correr pela equipa Prema. A estreia do jovem germânico na F2 é já neste fim de semana e Mick nem vai ter tempo para respirar, porque nos dias 2 e 3 de abril vai ter a oportunidade de se estrear aos comandos de um monolugar da F1, nos ensaios privados que estão marcados para o circuito do Bahrein, após a corrida que se realiza neste domingo. O filho de Michael Schumacher vai conduzir um Ferrari SF90 e o monolugar da Alfa Romeo, carro que é equipado com motores Ferrari.."Estou muito entusiasmado com a ideia. Quando me disseram que ia testar um F1 fiquei eufórico. Preparei-me no simulador e tenho feito muito trabalho físico. Está tudo a acontecer rapidamente. A minha mãe ficou muito feliz, pois tem seguido de perto a minha carreira. A influência do meu pai? Não seria a pessoa que sou hoje sem a inspiração dele. Fomos preparando as bases desde os tempos em que eu corria nos karts", disse Mick numa conferência de imprensa na quinta-feira. A expectativa em torno dos testes do jovem de 20 anos é enorme, ou não fosse ele filho do piloto que mais vezes se sagrou campeão de Fórmula 1. E por isso nos meandros do Grande Circo já se fazem apostas sobre até onde pode chegar o filho de Michael Schumacher. Quase todos os entendidos acreditam que a breve prazo estará no paddock ao lado dos grandes nomes da F1. Mas há quem garanta que já tem um lugar assegurado na Ferrari - o contrato de Vettel termina em 2020 e o de Charles Leclerc em 2022.."Para alguém, como eu, que conhece o Mick desde que nasceu, não há dúvidas de que o facto de ele integrar a academia da Ferrari tem um significado emocional especial. Ele foi escolhido pelo talento, pelas qualidades humanas e profissionais, as mesmas que o fizeram destacar-se apesar da sua juventude", referiu recentemente Mattia Binotto, atual chefe da equipa da Ferrari, engenheiro que trabalhou muitos anos ao lado de Michael Schumacher. Na academia da scuderia italiana estão mais dois pilotos com passado na disciplina rainha do automobilismo - Giuliano Alesi (filho de Jean Alesi) e Enzo Fittipaldi (neto de Emerson Fittipaldi)..Filhos com pais campeões na F1.Poderá Mick chegar à Fórmula 1 e atingir a restrita galeria de pilotos que, tal como os pais, se sagraram campeões do mundo da modalidade? Uma questão difícil de responder, mas pelo percurso e pelos elogios há quem diga que tem grandes possibilidades..A Fórmula 1 tem vários exemplos de filhos que seguiram as pisadas do pai - Brabham, Piquet, Villeneuve, Fittipaldi e Verstappen. Mas só dois conseguiram repetir os feitos dos progenitores e sagrarem-se campeões: Damon Hill (filho de Graham Hill) e Nico Rosberg (filho de Keke Rosberg). Graham ganhou os títulos em 1962 e 1968, pela BRM e pela Lotus, respetivamente, enquanto Damon conquistou o campeonato em 1996, pela Williams. Keke venceu em 1982 pela Williams-Ford, enquanto o filho Nico venceu o título em 2016, pela Mercedes, anunciando logo depois a sua retirada..Não era um desejo de Michael Schumacher que o filho seguisse as suas pisadas. Chegou a dizer publicamente, meses antes do acidente, que preferia ver Mick a dedicar-se ao golfe - não tanto pelos perigos da profissão, mas pelo receio de que o apelido fosse sempre um fardo pesado na sua carreira. Mas para Sebastian Vettel, atual piloto da Ferrari, Michael deverá estar orgulhoso do trajeto do filho. "É ótimo para ele poder estar na família Ferrari. Espero que fique connosco durante muito tempo e que um dia possa competir ao meu lado. Ou quem sabe se serei eu a passar-lhe o volante quando abandonar a F1", referiu Vettel em janeiro, depois de participar num evento da marca italiana ao lado de Mick. "É preciso dar-lhe tempo e tranquilidade. Vamos deixar as coisas rolar e depois logo se vê o que vai acontecer", acrescentou.."O Michael é considerado o melhor piloto de sempre e vai haver, de certeza, um Schumacher de volta à Fórmula 1. Em parte por causa do nome, mas também porque o Mick está a fazer um trabalho fantástico, além de ser um grande miúdo. Tem um enorme talento. O nome não vai ser um peso, na minha opinião. Aliás, acho que vai ser fantástico para o desporto", previu o campeão Lewis Hamilton..Nos karts com o apelido da mãe.Mick começou com 9 anos a fazer corridas de karts - é nesta modalidade que muitos se iniciam, como é o caso de Hamilton, e como aconteceu com Michael Schumacher. Devido ao forte impacto do apelido, e por querer evitar mediatismos excessivos e as incontornáveis comparações, começou a correr com o nome de Mick Betsch, o apelido da mãe. Começou a conquistar troféus e passou a ser conhecido como Mick Junior, conquistando o segundo lugar no Mundial e no Europeu de karts na categoria de juniores..Já depois do acidente do pai, ao qual assistiu, e quando se preparava para dar o salto para a Fórmula 4, em 2015, resolveu assumir o apelido Schumacher, uma forma também de perpetuar e honrar o legado do progenitor. Na F4 terminou a temporada no segundo lugar e subiu mais um degrau, ingressando em 2017 na F3. No primeiro ano terminou na 12.ª posição, no ano passado sagrou-se campeão.."Ele parece mesmo o pai. Levanta-se como o Michael e anda como ele. Apercebi-me de que até tem os braços do pai, mas o mais importante é que tem os genes competitivos do Michael. Se continuar assim com este rendimento vai chegar certamente à F1″", destacou Gerhard Berger, antigo piloto. Outros que o conhecem garantem que é introvertido e detalhista como o pai, faltando-lhe ainda uma certa dose de arrogância.."Nunca foi para mim um problema que me comparem com o meu pai. É muito simples. Para mim, ser comparado com o melhor piloto da história da Fórmula 1 é um objetivo a atingir. Compararem-me com ele é uma honra e eu só tenho de aprender e melhorar", disse Mick há uma semana, em declarações citadas pela Prema, a marca pela qual vai correr neste ano o campeonato de F2..Esta não será a primeira vez que Mick se vai sentar ao volante de um bólide de Fórmula 1. Em agosto de 2017, então com 18 anos, teve a oportunidade de conduzir o Benetton B194, carro com o qual Michael se sagrou campeão do mundo em 1994. Foi num evento que serviu para homenagear a primeira vitória do pai na Fórmula 1, em 1992, no circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica..Só que nos dias 2 e 3 de abril, os testes privados ao volante de um Ferrari e de um Alfa Romeo serão uma coisa mais a sério e a primeira oportunidade para testar as reais capacidades do filho de Michael Schumacher. Serão provavelmente os ensaios com maior mediatismo da história da modalidade, porque no Grande Circo ninguém se esquece de Michael Schumacher, piloto sete vezes campeão do mundo (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004), cujo verdadeiro estado de saúde após o acidente de esqui de há cinco anos é mantido em segredo pela família.
Em janeiro, um comunicado emitido pela Ferrari correu o mundo por causa do apelido de um piloto. A marca italiana anunciou que tinha chegado a acordo com Mick Schumacher, filho do heptacampeão do mundo de Fórmula 1, para integrar a academia de pilotos da escuderia do cavallino rampante, um trampolim para jovens pilotos poderem chegar à elite. O anúncio, curiosamente, surgiu poucos dias depois de se completarem cinco anos do acidente sofrido pelo pai, Michael, quando fazia esqui nos Alpes franceses - o verdadeiro estado de saúde do ex-piloto alemão continua a ser um dos segredos mais bem guardados..Mick Scumacher, de 20 anos, via premiada uma temporada fabulosa na Fórmula 3 europeia (graças a um excecional final de temporada, com oito vitórias e três segundos lugares nas últimas 18 corridas), na qual sagrou-se campeão e valeu-lhe a promoção à Fórmula 2, onde nesta temporada vai correr pela equipa Prema. A estreia do jovem germânico na F2 é já neste fim de semana e Mick nem vai ter tempo para respirar, porque nos dias 2 e 3 de abril vai ter a oportunidade de se estrear aos comandos de um monolugar da F1, nos ensaios privados que estão marcados para o circuito do Bahrein, após a corrida que se realiza neste domingo. O filho de Michael Schumacher vai conduzir um Ferrari SF90 e o monolugar da Alfa Romeo, carro que é equipado com motores Ferrari.."Estou muito entusiasmado com a ideia. Quando me disseram que ia testar um F1 fiquei eufórico. Preparei-me no simulador e tenho feito muito trabalho físico. Está tudo a acontecer rapidamente. A minha mãe ficou muito feliz, pois tem seguido de perto a minha carreira. A influência do meu pai? Não seria a pessoa que sou hoje sem a inspiração dele. Fomos preparando as bases desde os tempos em que eu corria nos karts", disse Mick numa conferência de imprensa na quinta-feira. A expectativa em torno dos testes do jovem de 20 anos é enorme, ou não fosse ele filho do piloto que mais vezes se sagrou campeão de Fórmula 1. E por isso nos meandros do Grande Circo já se fazem apostas sobre até onde pode chegar o filho de Michael Schumacher. Quase todos os entendidos acreditam que a breve prazo estará no paddock ao lado dos grandes nomes da F1. Mas há quem garanta que já tem um lugar assegurado na Ferrari - o contrato de Vettel termina em 2020 e o de Charles Leclerc em 2022.."Para alguém, como eu, que conhece o Mick desde que nasceu, não há dúvidas de que o facto de ele integrar a academia da Ferrari tem um significado emocional especial. Ele foi escolhido pelo talento, pelas qualidades humanas e profissionais, as mesmas que o fizeram destacar-se apesar da sua juventude", referiu recentemente Mattia Binotto, atual chefe da equipa da Ferrari, engenheiro que trabalhou muitos anos ao lado de Michael Schumacher. Na academia da scuderia italiana estão mais dois pilotos com passado na disciplina rainha do automobilismo - Giuliano Alesi (filho de Jean Alesi) e Enzo Fittipaldi (neto de Emerson Fittipaldi)..Filhos com pais campeões na F1.Poderá Mick chegar à Fórmula 1 e atingir a restrita galeria de pilotos que, tal como os pais, se sagraram campeões do mundo da modalidade? Uma questão difícil de responder, mas pelo percurso e pelos elogios há quem diga que tem grandes possibilidades..A Fórmula 1 tem vários exemplos de filhos que seguiram as pisadas do pai - Brabham, Piquet, Villeneuve, Fittipaldi e Verstappen. Mas só dois conseguiram repetir os feitos dos progenitores e sagrarem-se campeões: Damon Hill (filho de Graham Hill) e Nico Rosberg (filho de Keke Rosberg). Graham ganhou os títulos em 1962 e 1968, pela BRM e pela Lotus, respetivamente, enquanto Damon conquistou o campeonato em 1996, pela Williams. Keke venceu em 1982 pela Williams-Ford, enquanto o filho Nico venceu o título em 2016, pela Mercedes, anunciando logo depois a sua retirada..Não era um desejo de Michael Schumacher que o filho seguisse as suas pisadas. Chegou a dizer publicamente, meses antes do acidente, que preferia ver Mick a dedicar-se ao golfe - não tanto pelos perigos da profissão, mas pelo receio de que o apelido fosse sempre um fardo pesado na sua carreira. Mas para Sebastian Vettel, atual piloto da Ferrari, Michael deverá estar orgulhoso do trajeto do filho. "É ótimo para ele poder estar na família Ferrari. Espero que fique connosco durante muito tempo e que um dia possa competir ao meu lado. Ou quem sabe se serei eu a passar-lhe o volante quando abandonar a F1", referiu Vettel em janeiro, depois de participar num evento da marca italiana ao lado de Mick. "É preciso dar-lhe tempo e tranquilidade. Vamos deixar as coisas rolar e depois logo se vê o que vai acontecer", acrescentou.."O Michael é considerado o melhor piloto de sempre e vai haver, de certeza, um Schumacher de volta à Fórmula 1. Em parte por causa do nome, mas também porque o Mick está a fazer um trabalho fantástico, além de ser um grande miúdo. Tem um enorme talento. O nome não vai ser um peso, na minha opinião. Aliás, acho que vai ser fantástico para o desporto", previu o campeão Lewis Hamilton..Nos karts com o apelido da mãe.Mick começou com 9 anos a fazer corridas de karts - é nesta modalidade que muitos se iniciam, como é o caso de Hamilton, e como aconteceu com Michael Schumacher. Devido ao forte impacto do apelido, e por querer evitar mediatismos excessivos e as incontornáveis comparações, começou a correr com o nome de Mick Betsch, o apelido da mãe. Começou a conquistar troféus e passou a ser conhecido como Mick Junior, conquistando o segundo lugar no Mundial e no Europeu de karts na categoria de juniores..Já depois do acidente do pai, ao qual assistiu, e quando se preparava para dar o salto para a Fórmula 4, em 2015, resolveu assumir o apelido Schumacher, uma forma também de perpetuar e honrar o legado do progenitor. Na F4 terminou a temporada no segundo lugar e subiu mais um degrau, ingressando em 2017 na F3. No primeiro ano terminou na 12.ª posição, no ano passado sagrou-se campeão.."Ele parece mesmo o pai. Levanta-se como o Michael e anda como ele. Apercebi-me de que até tem os braços do pai, mas o mais importante é que tem os genes competitivos do Michael. Se continuar assim com este rendimento vai chegar certamente à F1″", destacou Gerhard Berger, antigo piloto. Outros que o conhecem garantem que é introvertido e detalhista como o pai, faltando-lhe ainda uma certa dose de arrogância.."Nunca foi para mim um problema que me comparem com o meu pai. É muito simples. Para mim, ser comparado com o melhor piloto da história da Fórmula 1 é um objetivo a atingir. Compararem-me com ele é uma honra e eu só tenho de aprender e melhorar", disse Mick há uma semana, em declarações citadas pela Prema, a marca pela qual vai correr neste ano o campeonato de F2..Esta não será a primeira vez que Mick se vai sentar ao volante de um bólide de Fórmula 1. Em agosto de 2017, então com 18 anos, teve a oportunidade de conduzir o Benetton B194, carro com o qual Michael se sagrou campeão do mundo em 1994. Foi num evento que serviu para homenagear a primeira vitória do pai na Fórmula 1, em 1992, no circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica..Só que nos dias 2 e 3 de abril, os testes privados ao volante de um Ferrari e de um Alfa Romeo serão uma coisa mais a sério e a primeira oportunidade para testar as reais capacidades do filho de Michael Schumacher. Serão provavelmente os ensaios com maior mediatismo da história da modalidade, porque no Grande Circo ninguém se esquece de Michael Schumacher, piloto sete vezes campeão do mundo (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004), cujo verdadeiro estado de saúde após o acidente de esqui de há cinco anos é mantido em segredo pela família.