Michelle Dockery elogia figurinos da série mas não viveria naquela época
Cinco anos, seis temporadas, 52 episódios e 11 prémios Emmy depois, Michelle Dockery não tem dúvidas. A protagonista de Downton Abbey, que hoje chega ao fim na Fox Life, às 22.20, é fascinada pelo guarda-roupa das décadas de 1910 e 1920 - período em que decorre a ação da série britânica - e, apesar de elogiar o lado feminista da trama criada por Julian Fellowes, explica que, enquanto mulher, não conseguiria retroceder no tempo e viver nessa época.
"Adoro a forma como as mulheres se tornaram mais independentes ao longo da história. Tem sido um caminho interessante. Nessa época, as mulheres estavam a ganhar maior poder de escolha e a fazer mais aquilo que queriam, mas a liberdade que hoje uma mulher tem nunca pode ser subestimada. Aquilo que temos agora é tão diferente daquelas décadas que eu nunca conseguiria viver naquela época, por muito que adore o guarda-roupa",conta em exclusivo ao DN a atriz que dá vida a Lady Mary na trama que conta ainda com atores como Maggie Smith, Hugh Bonneville, Jessica Brown Findlay e Laura Carmichael, e que se despede nesta noite com o episódio especial de Natal da sexta e última temporada.
Além das lições de equitação, que promete continuar fora da ficção, os figurinos de Downton Abbey não só deixaram a atriz britânica de 34 anos fascinada como também transportaram Michelle Dockery para a infância. "O meu filme preferido em criança era Millie, Rapariga Moderna [1967]. Lembro-me de o ver vezes sem conta e de querer ser como a Julie Andrews, com aquelas pulseiras e chapéus. Adorava mascarar-me e às vezes sinto-me como uma criança ao vestir-me na série. As roupas, as pérolas, os brincos. São fantásticos", explica ao DN a atriz, acrescentando que vai levar como recordação um pote para mostarda, adereço da cozinha da equipa de empregados da família Crawley.
Com o fim iminente da série que em 2011 entrou para o livro Guinness como a mais aclamada pela crítica, e que é vista por 120 milhões de espectadores no mundo, Michelle Dockery acredita que "esta é a altura certa para dizer adeus". "É uma decisão inteligente dos criadores. É sempre preferível sair em alta e deixar os espectadores a desejar mais. Com a especulação de um futuro possível filme, nota-se que as pessoas ainda não estão completamente prontas para terminar o elo com a série. Há potencial para um filme mas ainda não recebi essa chamada telefónica", ri-se a atriz. E adianta: o último episódio vai deixar "a porta ligeiramente aberta para que o público possa imaginar o que se segue para estas personagens".
Com uma carreira de 15 anos na representação, Michelle Dockery viveu nos últimos cinco um pico de popularidade ao interpretar Lady Mary, papel que lhe valeu três nomeações para os Emmy e uma para os Globos de Ouro. Uma janela que pode mudar o seu futuro profissional. "Esta série teve um impacto enorme na minha vida e na dos meus colegas. Tem criado várias oportunidades para nós e tenho viajado pelo mundo. Tem sido quase como uma nova educação. É por isso que sinto um misto de emoções. Estamos tristes por dizermos adeus mas alegres por podermos celebrar estes seis anos fantásticos", diz a britânica, acrescentando que o local onde foi reconhecida que mais a surpreendeu foi na Jordânia. "Fui lá angariar fundos para os refugiados sírios e consegui ter duas horas livres para ser apenas turista. Foi o sítio onde nunca pensei ser reconhecida pela população. É a prova de que a série chega a todo o lado e ninguém consegue escapar-lhe", conta, entre risos.
A poucas horas do adeus a Downton Abbey, várias perguntas estão por responder. Irá Lady Mary, recém-casada, ter outro filho? Vamos ver Lady Edith finalmente casar-se? Será que Mr. Carson e Mrs. Hughes vão reformar-se? E o que esperar do parto do bebé de Anna e Bates? Irá alguma das personagens principais morrer, como têm dado a entender alguns rumores na web? E o que reserva o fim da trama para Lady Violet? Às 22.20, as respostas serão dadas. Uma coisa é certa, remata Michelle Dockery: "A sexta temporada é uma das minhas preferidas. Foi um grande ano para a série."