Metropolitana vai despentear músicos

Na temporada de 2017/18, a Orquestra Metropolitana de Lisboa quer estimular intérpretes e público
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A temporada de 2017/18 da Orquestra Metropolitana de Lisboa, ontem apresentada em conferência de imprensa, totaliza 150 concertos e foi pensada sob a ideia da tensão entre continuidade e reinvenção. "Por um lado temos de ter a consolidação de tudo o que fizemos e que é determinante numa instituição. A continuidade é fundamental senão não se ganham métodos de trabalho, nem políticas de programação coerentes. Mas não há continuidade que não esmoreça se não for provocada, se não for despenteada por uma reinvenção dos projetos. Vamos desafiar o público para projetos de âmbito novo", explicou o diretor artístico da Metropolitana, Pedro Amaral.

São exemplos de reinvenção a presença da OML no palco do São Luiz em O solene resgate ou a reconquista de Olivenza, um espetáculo do encenador Ricardo Neves-Neves (8 a 18 de março); no mesmo espaço, acompanhar Sérgio Godinho numa revisitação da carreira (5 a 8 de julho); ou com o espetáculo KW - Kurt Weill, de Adriana Queiroz, com o pianista Francisco Sassetti (16 e 17 de setembro). Outra forma de reinventar-se passa pela "interpretação de obras raras, interessantes para o público e estimulantes para os músicos", caso da 6.ª Sinfonia de Mahler (no encerramento da temporada, 10 de junho de 2018). "Em 25 anos esta é uma rara sinfonia que nunca tínhamos abordado, e para nós era fundamental um desafio novo. Uma obra de uma enorme exigência técnica, de uma grande dificuldade em encontrar a coerência." Pedro Amaral destaca ainda o concerto de comemoração dos 500 anos da Reforma cristã (21 de outubro), na qual, lado a lado com a sinfonia que comemora a Reforma, a 5.ª de Mendelssohn, está uma criação contemporânea de um jovem compositor português, Francisco Chaves (Concerto de sombras).

Também os artistas convidados para a próxima temporada refletem essa marca de reinvenção: além do violoncelista russo Pavel Gomziakov e do compositor e maestro finlandês Magnus Lindberg, o português Joel Santos associou as fotografias de viagens à imagem da Metropolitana.

O diretor executivo da Associação Música Educação e Cultura (AMEC/Metropolitana), António Mega Ferreira, anunciou que o novo mandato dos órgãos sociais iniciou-se "sob os melhores auspícios", e que a instituição vive um "ciclo de consolidação e expansão". São disso exemplo o acordo de geminação com o Coro e a Orquestra da RTVE e a abertura, no próximo ano letivo, de uma turma de 7.º ano na escola da Metropolitana (até agora só funcionava do 10.º ao 12.º ano).

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