Obras em quatro estações, provavelmente o fim da intervenção em Arroios, que dura desde julho de 2017, e o início dos trabalhos para a construção da ligação entre o Cais do Sodré e o Rato, passando a Linha Verde a ter um trajeto circular. E até pode avançar um estudo para a expansão da Linha Vermelha de São Sebastião a Campo de Ourique..Este é o panorama que se avizinha para o Metropolitano de Lisboa no ano em que vai comemorar o 60.º aniversário da abertura ao público: 29 de dezembro de 1949. Na altura, Lisboa tinha quatro estações: Sete Rios (Jardim Zoológico), Entrecampos, Rotunda (Marquês de Pombal) e Restauradores. Atualmente, a rede tem 56 e em 2023 ficará com mais duas: Estrela e Santos, caso sejam cumpridos os prazos que a administração da empresa prevê..Muito criticada pelos utentes nos últimos anos pelas constantes paragens das carruagens nos percursos devido a problemas de sinalização e falta de unidades para cumprir horários - uma das queixas recorrentes é a de que entre a passagem de composições o tempo é cada vez maior -, a administração da empresa espera ter algumas destas questões resolvidas no início de 2019..Ao DN, fonte oficial de empresa garantiu que em 2017, quando tomou posse a equipa liderada por Vítor dos Santos, "num universo de 111 unidades triplas (333 carruagens) estavam imobilizadas 29 unidades por falta de peças de substituição para fazer a manutenção". Atualmente, o metro tem sete unidades paradas e espera no início de 2019 "conseguir uma adaptação quase total da oferta à procura"..Linha circular e Campo de Ourique.Para os próximos anos avizinham-se muitas obras em Lisboa à boleia da expansão e renovação do metro..Depois de o Conselho de Ministros ter aprovado o prolongamento das linhas Verde e Amarela - um investimento de 210,2 milhões de euros (83 milhões comparticipados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) -, vai avançar o fecho da Linha Verde num trajeto que formará um círculo na rede de transportes subterrânea. É um dos projetos prioritários da empresa, tal como a "modernização da sinalização e a compra de novo material circulante"..Porém, esta ligação do Rato ao Cais do Sodré não é pacífica. Na Declaração de Impacto Ambiental (DIA) divulgada pela Agência Portuguesa do Ambiente é feito o alerta para o impacto que a obra poderá ter, por exemplo, no Aqueduto das Águas Livres e no Jardim da Estrela. Os autores da DIA realçam que devido às escavações para a expansão da linha pode haver impactes também no Chafariz da Esperança (Estrela). Por isso, a declaração fez uma aprovação favorável da obra, mas condicionada. O documento salienta, por exemplo, que não pode haver "afetação direta de bens imóveis classificados ou em vias de classificação; [não existirá] intervenção de construção no jardim [da Estrela]". Será ainda necessário "remover grande parte da superfície da Avenida 24 de Julho"..Já a Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa não concorda com a construção da linha circular. "Esse financiamento devia ser aplicado em melhorias na rede, que continua a a degradar-se. Essa linha vai servir o centro da cidade, é mais para os turistas. A rede devia ser alargada para a Ajuda, Alcântara", defende Cecília Santos, da comissão. Critica ainda o facto de que, com a linha circular, os passageiros que "vêm de Telheiras, Ameixoeira ou Lumiar têm de mudar no Campo Grande, que vai transbordar de pessoas"..Porém, de acordo com a empresa, esta não é uma das estações que vão ser alvo de obras. Além de Arroios, neste momento decorrem trabalhos no Areeiro e Colégio Militar. E estão previstas intervenções nas estações do Intendente, Praça de Espanha, Marquês de Pombal e no cais da dos Anjos. Decidido está também o investimento de 127 milhões de euros em novas unidades triplas e num sistema de controlo automático de comboios que têm como data-limite de entrada em funções o ano de 2025.