Merkel e Schulz reconhecem que persistem "grandes divergências" para acordo
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder social-democrata, Martin Schulz, admitiram hoje que persistem "muitos pontos de divergência" nas negociações para formar Governo, quando faltam três dias para a data apontada para serem concluídas.
"Ainda há toda uma série de pontos de grande divergência", disse a chanceler à entrada para mais um dia de negociações.
"Temos ainda muito trabalho pela frente. Espero que tenhamos êxito, mas os problemas não estão resolvidos", acrescentou a líder da União Democrata-Cistã (CDU).
O líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, também considerou que há "ainda muito a negociar para chegar a um acordo".
Schulz prosseguiu afirmando que se registaram "bons progressos" em questões como as pensões e, sobretudo, a educação, além de, no âmbito europeu, ter havido um acordo "para reformar a UE e a preparar para os desafios destes tempos".
Entre as questões pendentes, disse Schulz, figuram assuntos como os seguros de saúde e os contratos a prazo.
Merkel e Schulz definiram inicialmente o próximo domingo como data ideal para concluir as negociações.
O Partido Social-Democrata (SPD) comprometeu-se a submeter o acordo que for alcançado a votação dos seus cerca de 440.000 militantes.
A conclusão das negociações no domingo daria cerca de um mês para o processo de consulta dos sociais-democratas e permitiria apresentar um Governo no final de março, seis meses depois das eleições legislativas de 24 de setembro.
Martin Schulz considerou no entanto hoje que "não há pressão de tempo" e é preferível trabalhar "com pormenor que com velocidade".
O aliado bávaro de Merkel, Horst Seehofer, da União Social-Cristã (CSU), manifestou-se no entanto muito otimista, afirmando-se convencido da conclusão de um acordo "nos próximos dias", apesar de concordar que "há muito a fazer".