Merkel critica comentários racistas de Trump (e diz que se sente bem de saúde)
A chanceler alemã é mais uma das vozes a condenar os comentários do presidente dos EUA dirigidos a quatro congressistas democratas e considerados de teor racista. Através do Twitter, Donald Trump disse-lhes no domingo para voltarem para os seus países de origem, embora sejam cidadãs dos EUA, por criticarem a política norte-americana de imigração.
"Distancio-me dessas declarações de forma determinada e solidarizo-me com as mulheres atacadas", afirmou Merkel, em conferência de imprensa, manifestando-se ao lado das congressistas Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Ayanna Pressley e Rashida Tlaib.
"A força da América" está na sua diversidade e nas contribuições de "pessoas de diferentes origens", afirmou a chanceler alemã, durante uma conferência de imprensa.
Já na segunda-feira, a primeira-ministra britânica tinha condenado as palavras do presidente norte-americano. Para Theresa May, "a linguagem que foi usada para falar sobre as mulheres é totalmente inaceitável".
"Porque é que não voltam e ajudam os países corruptos e infestados de crimes de onde vieram. Depois voltam e mostram como é que fizeram", escreveu Donald Trump na rede social.
O presidente norte-americano considerou ser "muito interessante ver congressistas democratas, progressistas, que originalmente vêm de países cujos governos são uma catástrofe total e completa, os piores, os mais corruptos e ineptos do mundo (se é que funcionaram como governos), dizerem em voz alta e agressivamente para o povo dos EUA, a maior e mais poderosa nação do mundo, como o nosso governo deve ser gerido".
Depois das polémicas publicações no Twitter, durante um comício na quarta-feira para a reeleição em 2020, Donald Trump voltou a atacar as congressistas, nomeadamente Ilhan Omar, muçulmana, que nasceu na Somália, levando os seus apoiantes a entoarem o cântico "enviem-na de volta a [casa]". Mais tarde, o presidente dos EUA disse não aprovar os cânticos.
Além de condenar as declarações de Trump, Angela Merkel garantiu aos jornalistas que sente-se "bem" de saúde, depois de ter sofrido três crises de tremores em público.
O episódio foi o terceiro do género, depois dos ocorridos a 18 e a 27 de junho, e, como nos anteriores, os tremores, desta vez menos intensos, passaram assim que a chanceler alemã começou a andar.
Angela Merkel indicou ainda que está consciente da sua responsabilidade como chanceler e que "pode exercer essa função".
"Eu disse que 2021 será o fim do meu trabalho político e espero que haja uma vida depois disso - e eu gostaria de levá-la em boa saúde", acrescentou Merkel que celebrou 65 anos na quarta-feira.