Merkel apela a um voto pelo "futuro" da Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou este sábado ao voto, em nome do "futuro" da Alemanha, no conservador Armin Laschet, num último comício antes das eleições que vão decidir quem será o seu sucessor.
"A cada quatro anos vocês têm a chance de decidir a nível federal quem deve moldar o futuro em Berlim", disse Merkel em Aachen, ao lado do candidato democrata-cristão, o impopular e desajeitado Armin Laschet.
O ex-jornalista de 60 anos "aprendeu política do zero e dirige este estado da Renânia do Norte-Vestfália como um próspero estado federal", elogiou a chefe do Governo alemão, que corre o risco de ter que lidar com os assuntos correntes nos próximos meses, durante as negociações para a formação de uma nova coligação.
"É preciso tomar as decisões certas porque trata-se do vosso país e vocês decidem o futuro governo" que deverá garantir "prosperidade, segurança e paz", ressaltou a dirigente de 67 anos.
Desde a reviravolta que sofreu nas sondagens, o candidato conservador partiu ao ataque, alertando para o risco de uma guinada à esquerda com Olaf Scholz, o candidato do sociais-democratas do SPD, vice-chanceler e ministro das Finanças de Merkel desde 2018.
Os eleitores alemães vão no domingo às urnas para escolher os deputados do Bundestag, a câmara baixa do parlamento federal, em eleições legislativas que vão pôr fim à era Merkel.
Scholz terminou a campanha numa esquina afastada do centro da cidade de Potsdam, onde reside, junto a um bairro social e da linha de elétrico número 92, que conduz ao centro de Berlim depois de quatro paragens de comboio.
"O vice-chanceler e ministro das Finanças alemão é também representante local de Potsdam pelo SPD e, por isso, quer falar com os residentes e trabalhadores locais para ouvir os problemas que têm a a apresentar", disse à Lusa Christian, representante da estrutura do partido no distrito de Bonnstaed, Potsdam.
O candidato disse à Lusa que deseja manter uma boa cooperação com o sul da Europa, nomeadamente com Portugal, caso venha a ser eleito. "Obviamente vamos ter uma boa cooperação com os primeiros-ministros de Portugal e Espanha. São bons amigos meus. Vou também trabalhar com a Itália. É o que eu vou fazer", disse após o último comício dos social-democratas antes das eleições legislativas.
Scholz, referiu ainda que, nos últimos anos, ajudou a estreitar as relações entre os países do bloco europeu.