Merkel anula discurso por falta de acordo

A chanceler alemã, Angela Merkel, anulou o discurso no parlamento sobre a política europeia do governo, agendado para sexta-feira, foi hoje anunciado na página 'online' do Bundestag.
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De acordo com os «media» alemães, esta decisão deveu-se à falta de um acordo entre Berlim e Paris sobre o aumento da capacidade do Fundo de Resgate Europeu (FEEF).

A edição electrónica do jornal Die Welt afirmou que o governo alemão não excluía mesmo o adiamento das cimeiras da União Europeia e da Zona Euro marcadas para domingo, em Bruxelas, por falta de condições para tomar uma decisão relacionada com o FEEF.

No entanto, a cimeira vai realizar-se porque já foi convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.

Se necessário serão convocadas novas cimeiras europeias, possivelmente na semana seguinte, de acordo com fontes governamentais em Berlim.

A cimeira de domingo servirá assim para preparar todas as decisões, incluindo as relativas ao FEEF, mas não para deliberar sobre a expansão do fundo, nomeadamente através de um mecanismo que permita aumentar o volume de garantias a conceder dos actuais 440 mil milhões de euros para um bilião de euros, ou mesmo mais.

O problema do governo alemão prende-se com a legislação em vigor no país, que obriga à «luz verde» prévia da comissão parlamentar do orçamento para que o governo possa votar decisões nas cimeiras europeias.

Como as negociações sobre o FEEF ainda não estão terminadas, isso não será possível antes de os líderes europeus se encontrarem.

O governo alemão admitiu hoje que as negociações entre os 17 países da Zona Euro sobre o FEEF estavam num impasse, sobretudo porque Berlim recusa a proposta de Paris para que o FEEF se possa financiar directamente junto do Banco Central Europeu (BCE).

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, deixou hoje também claro, em conferência de imprensa na capital alemã, que Berlim não aceitará encargos superiores aos previstos 211 mil milhões de euros com o FEEF.

"Isso não vem à questão", sublinhou o político democrata-cristão, considerando as negociações em curso com os parceiros da Zona Euro "muito difíceis".

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