Combatentes do Estado Islâmico e familiares retirados de Damasco

Membros da organização terrorista abandonaram um campo de refugiados palestinianos na capital síria durante a madrugada
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Os membros do grupo radical Estado Islâmico na Síria estão a ser retirados de várias zonas do sul de Damasco no quadro de um acordo secreto com as autoridades, disse esta segunda-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Uma série de autocarros que transportam combatentes do Estado Islâmicos e familiares abandonou durante a madrugada a zona do campo de refugiados palestinianos de Al Yarmuk, bairro de Al Tadamun, no sul da capital síria, onde ocorreram violentos confrontos no final do mês de abril.

Por outro lado, os membros do Estado Islâmico que permanecem no local continuam a destruição das bases, quartéis e veículos sendo visíveis densas colunas de fumo, sublinha a organização não-governamental.

Segundo o observatório, a situação no local "é calma" depois de ter sido alcançado no sábado um acordo para a retirada de combatentes do grupo extremista, o que "supõe na prática um acordo de rendição".

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos adianta que a retirada vai prosseguir e que está a ser preparado uma nova coluna de autocarros que vão transportar os extremistas.

Os membros do Estado Islâmico, combatentes e familiares, estão a ser conduzidos para zonas desérticas no leste da Síria controladas pelo grupo.

Os meios de comunicação estatais sírios desmentem as informações que estão a ser transmitidas pelo observatório negando que está a decorrer uma operação de evacuação da zona e que o Exército de Damasco mantém os combates contra os extremistas islâmicos no sul da capital.

Cerca de 1.600 pessoas, entre as quais integrantes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e seus familiares, foram retirados nas últimas horas do sul de Damasco por um acordo com as autoridades, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O grupo partiu a bordo de 32 autocarros distribuídos em dois comboios. O primeiro saiu no domingo e o segundo na madrugada desta segunda-feira, com destino ao deserto no leste da Síria.

A saída dos combatentes, a quem foi permitido levar armas leves, foi supervisionada pela Rússia, aliada de Damasco, e faz parte de um acordo alcançado no sábado com as autoridades sírias depois de um mês de combates na zona, de acordo com o OSDH.

No entanto, o Governo sírio não confirmou as negociações com os rebeldes e só informou que, desde domingo, foi permitida a saída de crianças, mulheres e idosos desta zona "por razões humanitárias".

O observatório disse que desconhece se foi concluída a retirada de todos os combatentes que aceitaram deixar a zona ou se se espera a saída de uma nova leva na próxima noite.

Esta retirada permitirá ao Governo sírio recuperar o controlo total da capital e os seus arredores pela primeira vez desde 2012.

Depois da partida dos combatentes, as forças sírias começaram a vasculhar a área do campo de refugiados (dos palestinianos) de Al-Yarmuk e o bairro adjacente de Al-Tadamun, de acordo com o observatório.

O exército sírio cercou esta área ao sul de Damasco há um mês, incluindo os bairros de Hayar al-Asuad, Al-Tadamun e o campo de refugiados de Al-Yarmuk. Esta é a última área nas proximidades de Damasco que ainda está fora do controlo das forças leais ao Presidente sírio, Bashar al-Assad.

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