Melanie decidiu não dar confiança à esclerose múltipla

Doença crónica surge entre os 20 e os 40 anos sem se saber ainda o porquê. Em Portugal atinge entre 6500 e 7000 pessoas. Nova medicação mais simples está a chegar ao país.
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Melanie Oliveira e Silva, de 38 anos, folheava uns livros num evento da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla quando o olhar foi atraído para uma senhora com 75 anos. "Sabe, também tenho esclerose múltipla", disse-lhe. Melanie retorquiu: "Eu quero ser como a senhora é." Viu-a direita, sem ar doente, bem-disposta. Já passaram três anos e nunca mais esqueceu o segredo que a idosa lhe contou, que se tornou uma receita para todos os dias. "Disse-me: "O meu segredo é que nunca dei confiança à doença." Respondi-lhe "é isso que tenho de fazer, não vou dar-lhe confiança nenhuma".

Em Portugal existem entre 6500 e sete mil pessoas com esclerose múltipla. Uma doença crónica, sem cura, degenerativa que afeta o sistema nervoso central. As causas não são conhecidas, apenas se sabe que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos e que afeta mais mulheres que homens. O diagnóstico nem sempre é fácil, porque os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças. Hoje assinala-se o Dia Mundial da Esclerose Múltipla.

Melanie tem esclerose há 13 anos. O primeiro sintoma foi uma dormência no braço esquerdo que alastrou para as pernas e outras partes do corpo. Uma ressonância magnética, uma punção lombar e mais alguns exames confirmaram a suspeita do médico. "Não sabia nada da doença", confessa. No consultório médico transformou o pensamento em palavras: "O que é isto? Vou morrer? A primeira coisa que o médico me disse foi que estava proibida de ir à internet. Foi o melhor conselho que recebi. A doença varia tanto de doente para doente e na internet vemos sempre as coisas piores", conta ao DN.

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