Medina suspeito de celebrar pacto secreto com PSD em troca de benefícios pessoais
Fernando Medina é suspeito de estar envolvido numa suposta conspiração entre dirigentes do PS e do PSD para negociar lugares políticos, revela uma investigação da TVI/CNN Portugal emitida esta noite.
Em causa terá estado a colocação de pessoas de confiança política em troca de benefícios pessoais.
Além do atual ministro das Finanças e ex-presidente da Câmara de Lisboa, também estão envolvidos o atual ministro Duarte Cordeiro e ainda um atual e antigo deputado do PSD.
Há centenas de escutas telefónicas e trocas de emails comprometedoras para os dois partidos, estando tudo registo pela procuradora que investiga o caso Tutti Frutti.
Numa resposta enviada à TVI/CNN Portugal, Medina diz que as acusações são falsas, frisando que não foi notificado nem ouvido pelo Ministério Público sobre qualquer processo e que não participou nem teve conhecimento de qualquer de qualquer "pacto secreto" ou entendimento pré-eleitoral com o PSD nas autárquicas de 2017 ou quaisquer outras eleições.
Também o atual ministro Duarte Cordeiro negou qualquer conhecimento sobre este caso.
A TVI/CNN Portugal também avança que a PJ descobriu, entre os mais de 100 emails que apreendeu no computador do então presidente da Câmara de Lisboa, que a autarquia pagou cinco mil euros, entre 2016 e 2017, a um assessor contratado por "serviços camarários" mas que na realidade tinha como função preparar os comentários de Fernando Medina na TVI, onde tinha um espaço semanal de opinião a título pessoal e não na condição de autarca, e os artigos que o então edil lisboeta escrevia no Correio da Manhã.
Contudo, o atual ministro das Finanças nega que tenha contratado assessoria específica às suas participações na comunicação social nem que tenha sido celebrado qualquer contrato ou avença por esse valor.
Ainda segundo a TVI/CNN, o Ministério Público assume formalmente suspeitas sobre Medina por vários crimes em pelo menos cinco processos e que estão relacionados com os anos em que o socialista liderou a autarquia da capital. Em causa estão alegados atos de corrupção, participação económica em negócio, financiamento proibido de partidos, prevaricação de titular de cargo político, tráfico de influências e abuso de poder.
Também o então número de 2 de Medina e atual ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, é considerado suspeito.
Ainda que suspeito, Fernando Medina não é arguido neste caso.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, afirmou esta terça-feira que não foi "chamado ou ouvido pelo Ministério Público" sobre uma alegada troca de favores entre o PS e o PSD em Lisboa.
"Nunca, em nenhum momento, fui chamado ou ouvido pelo Ministério Público (MP) sobre qualquer tema relacionado com estes assuntos", disse o ministro em resposta à Lusa sobre alegadas suspeições de favorecimento.
Duarte Cordeiro garante ainda que não teve "qualquer responsabilidade nem intervenção no processo relacionado com o projeto Torre de Picoas", outro tema alegadamente investigado pelo MP.
"O PS nas eleições de 2017 não só não fez qualquer pacto como, aliás, ganhou mais duas freguesias do que as que tinha antes dessas eleições, uma das quais conquistada ao PSD [Avenidas Novas]", afirmou o agora ministro do Ambiente.
Duarte Cordeiro assinala ainda que o partido "fez um outro acordo coligatório com o Partido Livre que encabeçou as listas autárquicas para a Freguesia da Estrela e Areeiro" e que na Freguesia de Santo António e Belém "as escolhas foram, desde logo, das secções do PS do território em causa".
Com Lusa