Medina 'campeão' no défice, mas retoma ressente-se e em 2023 fica três vezes mais magra
O défice público português deste ano deverá ser ainda mais baixo do que a meta de 1,9% do produto interno bruto (PIB) prevista pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, no Orçamento do Estado de 2022 (OE2022), estima a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), num estudo divulgado esta quarta-feira.
Mas a retoma da economia em 2022 será inferior ao esperado há seis meses (5,4% em vez de 5,8%) e o ritmo deve colapsar para menos de metade no ano que vem (1,7%, três vezes menos), num ambiente em que a inflação mais do que triplica, avança a OCDE no novo panorama económico (outlook) sobre as mais de três dezenas de países desenvolvidos do mundo.
A análise a Portugal sugere que este ano até é relativamente favorável, mas há problemas sérios no horizonte, tendo em conta a necessidade de recuperar do impacto duro da pandemia, muito explicado pelas interrupções no turismo.
O turismo parece estar a reanimar, mas o resto, como o consumo interno, o investimento e a aderência dos fundos europeus estão mais lentos face à urgência do momento. Juros e energia começam a pesar.