Médicos Sem Fronteiras denunciam destruição total na linha da frente
A guerra na Ucrânia provocou já a destruição absoluta de várias áreas na linha da frente, denunciou esta quinta-feira a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) num relatório em que pede o respeito pela lei humanitária.
"Ao longo dos 1.000 quilómetros da linha da frente na Ucrânia, algumas áreas foram simplesmente apagadas do mapa", disse o responsável pelos programas da MSF na Ucrânia, Christopher Stokes, citado no relatório.
A organização não-governamental (ONG) com sede na cidade suíça de Genebra disse que a destruição de infraestruturas de saúde desde o início da guerra russa contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, é de "uma escala massiva".
Denunciou também que há graves impedimentos no acesso a cuidados médicos em áreas ocupadas pela Rússia, como Donetsk, no leste do país.
Equipas da MSF detetaram pelo menos em três ocasiões, em outubro, a presença de minas antipessoais dentro de hospitais em funcionamento em áreas previamente sob ocupação russa nas regiões de Kherson, Donetsk e Izyum.
"A utilização de minas [antipessoais] é generalizada nas zonas da linha da frente, mas vê-las colocadas em instalações médicas é chocante: um ato assinalável de desumanidade", afirmou o coordenador de projetos da MSF na região de Donetsk, Vincenzo Porpiglia.
"Envia uma mensagem clara àqueles que vêm em busca de medicamentos ou de tratamento: os hospitais não são um lugar seguro", lamentou Porpiglia, também citado no relatório.