Médicos e farmacêuticos pedem regras restritas nos suplementos alimentares
A Ordem dos Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos emitiram uma declaração conjunta onde apelam ao Ministério da Saúde que intervenha na área dos suplementos alimentares. Uma intervenção que teria de ser a nível legislativo, quer em termos de publicidade quer nas regras aplicadas ao circuito.
Na sequência da polémica associada à publicidade ao suplemento calcitrin, que levou a Ordem dos Farmacêuticos a interpor uma providência cautelar contra a publicidade associada, as duas ordens anunciaram que já denunciaram à Entidade Reguladora da Saúde as práticas enganosas aos suplementos de cálcio.
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Os organismos alertam ainda a população que estes suplementos apenas devem ser usados depois de um aconselhamento prévio com profissionais de saúde, até porque pode haver problemas para a saúde pública.
"As necessidades de suplementação variam de pessoa para pessoa e dependem da sua condição de saúde/doença, pelo que os utentes devem aconselhar-se com um profissional de saúde previamente à toma de suplementos, para saber se são adequados à sua situação em particular", escrevem. Os dois bastonários, José Manuel Silva e Carlos Maurício Barbosa, recordam que o uso de suplementos, como os do cálcio, pode inclusivamente ser prejudicial à saúde.
No caso em questão, do calcitrin, referem que "uma quantidade elevada de cálcio ou vitamina D poderá ser prejudicial à saúde em muitos indivíduos. O consumo sistemático de suplementos de cálcio pode aumentar o risco de obstipação e transtornos gastrointestinais, doenças cardiovasculares e pedras no rim.
Criticando a incitação comercial para o consumo sem regras destes produtos, as duas ordens recomendam antes que se adote um estilo de vida saudável e uma alimentação equilibrada. "Uma alimentação variada proporciona a quantidade de cálcio necessária ao organismo humano e a simples exposição de braços e pernas ao sol durante 20 minutos por dia, entre Abril e Setembro, permite obter a dose de vitamina D necessária para todo o ano."
Além de condenarem todas as práticas publicitárias que visem induzir o consumo de Suplementos Alimentares ou de quaisquer outros produtos que possam interferir na saúde dos portugueses, as Ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos informaram que se vão manter "atentas à forma como os produtos classificados como Suplementos Alimentares são apresentados aos portugueses."