Médico do 112 nega enviar ambulância a rapaz que estava a sufocar e que acabou por morrer

O caso está a chocar Espanha. A família de um rapaz de 23 anos acusa a emergência médica de Madrid de negligência, depois de um clínico ter negado ajuda via telefone minutos antes de Aitor García ter entrado em morte cerebral.
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Os pais de um rapaz de 23 anos processaram o serviço de emergências de Madrid, o Suma 112, por negligência e atraso na assistência do filho que acabou por morrer devido a uma embolia pulmonar.

Tudo aconteceu no dia 19 de janeiro de 2018 quando Carmen Ruiz telefonou para o 112 a pedir uma viatura de emergência médica a sua casa, em Navalcarnero, ao ver o filho Aitor García sem conseguir respirar. O médico de serviço depois de ouvir as queixas da mãe, pediu-lhe para passar ao rapaz. "Deixe-me falar com ele. Se estivesse no hospital, teria de ser atendido por um médico", justificou, tendo a mãe passado então o telefone ao filho, que em claro sofrimento, dizia: "Estou a sufocar... Não posso."

O médico desvalorizou, dizendo que a respiração estava normal e questionando Aitor se estava nervoso, ao que respondeu que não. Depois em conversa com Carmen afirmou que o filho não tinha nada e que respirava perfeitamente e que, por isso, não iria enviar a ambulância, desligando de imediato o telefone. O caso ficou devidamente documentado numa gravação áudio publicada no YouTube e revelada pelo jornal espanhol El Mundo.

Logo após o fim da chamada telefónica, Aitor ficou inconsciente e entrou em paragem cardiorrespiratória. 23 minutos depois, e após outra chamada para o 112, é finalmente enviada uma ambulância, mas o rapaz estava já em morte cerebral, acabando por morrer quatro dias depois no hospital devido a uma embolia pulmonar.

Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidad de Madrid, reagiu à denúncia apresentada pela família de Aitor García dizendo ao El Mundo que o médico "cumpriu o protocolo" previsto nestas situações de emergência médica, mas admitiu que "faltou humanidade" por parte do clínico de serviço durante o atendimento telefónico, destacando que "pelo áudio, é detetada uma falta de proximidade e empatia com a família". "É algo que lamento", disse.

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