Uma médica que está há 16 anos no Hospital Amadora-Sintra terá criado um negócio ilícito no bloco de partos desta unidade de saúde. Joana Neto terá feito parte de um esquema que pode ter lesado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em milhares de euros. Esta é a conclusão da investigação do programa "Sexta às 9", da RTP1, que vai ser emitido esta noite..No seguimento da investigação, a Entidade Reguladora de Saúde abriu uma inspeção ao Hospital Amadora-Sintra, que, por sua vez, instaurou um inquérito interno e remeteu o caso para o Ministério Público..De acordo com o "Sexta às 9", a médica Joana Neto, que só trabalha no bloco de parto, mas não é obstetra, terá criado um negócio particular que lhe permitiu receber comissões ilícitas. As vítimas são mulheres angolanas que se deslocaram a Portugal para fazer partos com Joana Neto e que por não terem SNS pagavam ao hospital e à médica..Segundo a investigação da RTP, a médica pode ter faturado mais de 100 mil euros só no ano passado com partos realizados no Amadora-Sintra. O "Sexta às 9" intercetou a médica a pedir 1000 a 1500 euros por um parto que custa 592 euros..Contactada pelo programa da estação pública, Joana Neto negou ter cobrado pelos partos feitos no hospital público, mas confirmou ter feito dezenas a cidadãs angolanas sem SNS.