Mecenas assegura intervenção na Casa-Museu Anastácio Gonçalves

Vizinhos do número 41, a construir torre, financiam intervenção de três meses
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Uma nova entrada, com melhores condições de acesso e um elevador são as mudanças que se preparam na casa-museu Anastácio Gonçalves (CMAG), em Lisboa, após obras de "valorização e modernização", confirma a Direção Geral do Património Cultural (DGPC). Os trabalhos são asseguradas pelos vizinhos do Edifício 41, a torre de 17 andares que está a ser erguida mesmo ao lado. Também está prevista a requalificação dos espaços de exposição e de reserva.

"Este projeto de valorização e modernização da Casa-Museu Anastácio Gonçales decorre de um protocolo de apoio mecenático formalizado entre a DGPC e a Edifício 41 - Promoção Imobiliária e Hotelaria, SA, no âmbito da intervenção da zona envolvente à construção da torre denominada Edifício 41, em Picoas, inserida num plano urbanístico mais alargado concebido pela Câmara Municipal de Lisboa", diz a DGPC, falando da moradia do médico e colecionador Anastácio Gonçalves, projetada por Manuel Joaquim Norte Júnior, prémio Valmor em 1905.

O mecenas da obra é o Edifício 41, que se ocupa da intervenção, explicou o diretor da DGPC, João Carlos Santos, não precisando o total do investimento. "Foi aproveitar a oportunidade com a construção da torre da cidade", diz, referindo-se ao novo edifício. "Havia uma empena que queriam valorizar porque dá para o edifício deles", considera João Carlos Santos

Com o acesso através da praça que vai nascer na avenida 5 de outubro, a Casa-Museu Anastácio Gonçalves ganha uma nova bilheteira e uma loja, "requalificando áreas do museu que eram pouco usadas", explica o arquiteto.

"A intervenção respeitará integralmente as condicionantes museológicas de conservação e valorização do acervo da Casa-Museu Anastácio Gonçalves", refere o comunicado da DGPC. "Também serão valorizados alguns aspetos da casa e do circuito", completa. Entre eles, "uma reserva visível de cerâmica".

"Durante a fase de obra a CMAG permanecerá aberta ao público, à exceção de períodos pontuais que serão atempadamente anunciados", segundo a DGPC. A intervenção deverá estar concluída "até ao final do primeiro semestre", calcula João Carlos Santos.

A Casa-Museu Anastácio Gonçalves, um espaço afeto ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, reúne cerca de 3 mil obras de arte (pintura, escultura, mobiliário, ourivesaria), que um dia foram adquiridos por Anastácio Gonçalves (1889-1965), a quem também ser dedicado um núcleo dentro da nova exposição. Em 2017, o espaço recebeu 10462 visitantes, mais 9,5 por cento do que em 2016.

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