McCain visita rebeldes, UE levanta embargo às armas
Brian Rogers, conselheiro do ex-candidato à Casa Branca, confirmou a informação veiculada pelo site de informação 'The Daily Beast', segundo a qual o senador teria atravessado a fronteira hoje.
Apoiante de um maior envolvimento dos Estados Unidos com a oposição síria, nomeadamente fornecendo armas e não apenas ajuda humanitária, John McCain atravessou a fronteira a partir da Turquia e passou algumas horas na Síria, onde se encontrou com o general Salem Idris, chefe do estado-maior do Exército Sírio Livre, e com outros militares graduados das forças rebeldes.
De acordo com 'The Daily Beast', os militares rebeldes pediram aos Estados Unidos que prestem mais apoio à oposição síria, nomeadamente fornecendo-lhe armamento pesado, criando uma zona de exclusão aérea e realizando ataques aéreos contra o regime de Damasco, dominado por Bashar al-Assad.
John McCain - que concorreu contra Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 - tem sido muito crítico da política do atual Presidente democrata relativamente ao conflito na Síria, que se arrasta há mais de dois anos e já ceifou mais de 94 mil vidas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
A Casa Branca tem recusado, até agora, começar a fornecer ajuda letal à oposição síria.
No mesmo dia, durante a madrugada, ao fim de 12 horas de negociações, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia concordaram em levantar o embargo de armas aos rebeldes sírios. O anúncio foi feito pelo chefe da diplomacia britânica, William Hague, após a reunião em Bruxelas.
Ao anunciar o acordo, Hague disse que a União Europeia vai manter um pacote mais extenso de sanções contra o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e cujo prazo de validade expira à meia-noite de sexta-feira.
Destacou ainda que o Reino Unido não tinha planos "imediatos" para fornecer armas aos rebeldes que estão a combater o regime de Damasco.
"A União Europeia concordou em acabar com o embargo de armas à oposição síria e manter outras sanções na Síria, [designadamente] todas as outras sanções em vigor para o regime sírio", disse Hague.
"Este foi o resultado que o Reino Unido quis", disse, acrescentando que a decisão foi "difícil" para os estados membros que se opunham ao fornecimento de armas, por acreditarem que apenas serve para alimentar o conflito.
"Penso que esta é a decisão correta", acrescentou, argumentando que "vai apoiar o progresso político na Síria e as tentativas de realizar em conjunto uma conferência em Genebra".
Hague disse ainda que o Reino Unido vê apenas uma solução política e diplomaticamente suportada para a Síria, mas que a decisão de segunda-feira "envia ao regime de Al-Assad uma mensagem muito forte da União Europeia sobre a continuada brutalidade e dos assassínios e da criminalidade deste regime".
Sobre as consequências da decisão no que respeita ao Reino Unido, Hague afirmou: "Se bem que não tenhamos planos imediatos para enviar armas para a Síria, [a decisão] dá-nos flexibilidade para responder no futuro se a situação continuar a deteriorar-se e piorar".