MAS justifica resultado com campanha contra o euro

O cabeça de lista do MAS (Movimento Alternativa Socialista) às eleições europeias de domingo, Gil Garcia, justificou a votação obtida de cerca de 0,38% dos votos com alegadas dificuldades em explicar aos eleitores as vantagens de uma saída do euro.
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"Fizemos uma campanha muito ousada contra o euro. Quando as pessoas têm dificuldade em discernir as vantagens de uma saída do euro, têm mais medo. Eu creio que isso influenciou, para baixo, a nossa votação", disse Gil Garcia.

"Mas, mesmo assim, o MAS obteve uma votação interessante, o que possibilita que o partido seja viável para as próximas eleições legislativas, em que os temas nacionais serão preponderantes", acrescentou.

Gil Garcia defendeu ainda que o MAS é um "movimento político semelhante a outros que perduram há várias décadas e que tem consistência política, ao contrário do que acontece com o MPT".

"Temos alguma consistência política que não tem o MPT, que não existe. O fenómeno não é o MPT, é Marinho e Pinto. O MPT é uma barriga de aluguer de Marinho e Pinto", disse.

Gil Garcia afirmou ainda que o resultado obtido pelo MAS nestas eleições europeias, embora insuficiente para garantir a eleição de um eurodeputado, vai servir para continuar a tentar aproximar os partidos à esquerda do PS.

"Queremos contribuir para obrigar a esquerda que não se revê na austeridade e não se revê nas governações do PS. O PS prepara-se para ser Governo nas próximas eleições porque não há alternativa à esquerda", disse.

"Se Marinho e Pinto, o BE, o PCP e o Livre se mantiverem divididos, ou, no caso de Marinho Pinto e do Livre, se preferirem como parceiros o PS, então (Marinho Pinto e o Livre) não vão passar de fenómenos passageiros. O MAS não, porque tem uma orientação consistente, por uma alteração profunda do sistema político e económico", concluiu Gil Garcia.

Às 00:45, quando faltavam apurar quatro mandatos, o PS tinha eleito sete eurodeputados, a Aliança Portugal (PSD/CDS) seis, a CDU três, o MPT e o Bloco de Esquerda um cada e a abstenção cifrava-se em 66,09.

O PS venceu as eleições para o Parlamento Europeu com 31,46% dos votos, seguindo-se a coligação PSD/CDS-PP com 27,71%, CDU com 12,68%, MPT com 7,15% e BE com 4,56%, de acordo com os resultados provisórios, com uma freguesia por aprovar.

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