Martin McGuinness deixa governo da Irlanda do Norte

O vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Martin McGuinness, histórico do Sinn Féin e antigo chefe do Exército Republicano Irlandês - IRA - anunciou hoje a sua demissão, ameaçando fazer ruir a coligação atualmente no poder naquela província autónoma britânica.
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Esta demissão, que o Sinn Féin considera resultar da má gestão do seu parceiro de coligação DUP (unionista) de um dossiê sobre as energias renováveis, pode levar a novas eleições na Irlanda do Norte.

"É com profundo pesar e com algumas reservas que entreguei a minha demissão à primeira-ministra", a explicou McGuinness.

O Sinn Féin exige desde há algumas semanas a demissão da primeira-ministra da Irlanda do Norte, Arlene Foster, líder do DUP, para abrir caminho a uma investigação judicial sobre acusações de má gestão de dinheiros públicos relacionadas com subsídios dados a programas de energias renováveis.

Na segunda-feira Arlene Foster voltou a rejeitar a possibilidade de uma investigação sobre a matéria.

"Tomo as minhas decisões em função do eleitorado e não, certamente, do Sinn Féin", declarou Foster.

No seu comunicado, McGuinness respondeu que "o Sinn Féin não vai tolerar a arrogância de Arlene Foster e do DUP", acrescentando que a posição da primeira-ministra "não é sustentável".

Para que o atual governo possa manter-se em funções, o Sinn Féin terá de nomear um substituto para McGuinness. Mas o partido já anunciou que não o fará.

Um porta-voz do governo britânico, em Londres, já declarou que o governo do Reino Unido, liderado por Theresa May, "encoraja todos os partidos a continuar o diálogo".

Recorde-se que o Reino Unido é composto por Grã-Bretanha (Inglaterra e País de Gales) e Irlanda do Norte. Com a vitória do brexit no referendo de 23 de junho, ressurgiram dois debates antigos: o da independência da Escócia e o do Reunificação da Irlanda. A haver eleições na Irlanda do Norte, o tema do brexit deverá ser incontornável na campanha.

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