Mário Crespo acusa ERC de cometer erros

Mário Crespo afirmou ontem que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) cometeu "erros de forma demasiados" na sua deliberação de arquivamento da queixa que o jornalista tinha apresentado contra o Jornal de Notícias (JN).
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"A primeira surpresa que tenho é que eu não fui ouvido pela ERC, pedi explicações sobre isso e disseram-me que tinham retirado depoimentos meus no Parlamento, na Comissão de Ética. Isso é um fórum completamente diferente", afirmou Mário Crespo, ouvido pela agência Lusa.

Contactado pela Lusa, o presidente da ERC, José Azeredo Lopes, esclareceu que Mário Crespo não foi chamado pela ERC por ter sido considerado que "as declarações [feitas] em audiência parlamentar não justificavam uma nova audição na ERC", uma explicação que Azeredo Lopes diz ter dado pessoalmente ao jornalista.

"Nao há aqui nenhuma má vontade, é prática normal. No chamado caso TVI, também não ouvimos o Nuno Santos por considerarmos que as declarações sobre o assunto [em audiência parlamentar] foram suficientes", acrescentou o presidente da ERC.

Mário Crespo pôs em causa a "unanimidade" da decisão da ERC, referindo que um dos membros do Conselho Regulador, Luís Gonçalves da Silva, se mostrou posteriormente contra.

"Eu acho que são erros de forma demasiados para uma entidade que regula a comunicação social", reiterou Mário Crespo.

Sobre a questão da unanimidade da decisão de arquivamento da queixa apresentada por Mário Crespo, Azeredo Lopes recordou que, "quando um órgão reúne, nos termos estatutários, e todos os membros [presentes] votam a favor, a decisão é evidentemente por unanimidade", explicando que Gonçalves da Silva não estava na votação, mas esteve na discussão da deliberação, não tendo apresentado, nessa altura, argumentos contra o arquivamento.

"Eu só fico feliz porque isto demonstra, de facto, que estamos a entrar calmamente na 'silly season'. É bom sinal, é sinal que esta é uma questão fundamental neste momento e, se esta é uma questão importante e que justifica tanto debate, é sinal que somos um povo feliz. Feliz o país que se pode permitir isto", rematou Azeredo Lopes.

Questionado sobre os próximos passos a tomar, Mário Crespo disse estar a "pedir pareceres jurídicos" para "analisar a situação" e "tomar uma decisão".

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