Porque se recandidata ao Conselho Nacional e até atendendo que houve alguma contestação interna à sua liderança do órgão? O Conselho Nacional (CN) foi determinante para o sucesso da Iniciativa Liberal e a minha recandidatura assenta em duas questões fundamentais: por um lado a certeza que quero continuar a ajudar à trajetória de sucesso do partido; e, por outro lado, o orgulho que sinto na lista que encabeço e que é composta por membros do partido que serão um forte garante das ideias liberais e, acima de tudo, um garante da vontade dos membro. É uma lista composta por pessoas com enorme sentido crítico, que tem uma enorme abrangência territorial, com muitas sensibilidades políticas..De que maneira o CN foi determinante para o sucesso da IL? Foi determinante porque ajudou na implementação da estratégia. A IL é um partido jovem, esteve nos últimos dois anos sujeito a um ciclo eleitoral muito intenso e o CN ajudou a fortalecer a IL, conseguiu dar resposta e esteve à altura desses desafios. O CN sendo o garante da execução da Moção de Estratégia global aprovada em convenção faz o escrutínio dessa execução, como também o seu acompanhamento e aconselhamento em tudo o que não esteja previsto na moção de estratégia global. Houve alguns momentos ao longo destes dois anos de mandato em que, de facto, o CN teve uma enorme relevância, nomeadamente quando houve eleições antecipadas, que obrigou a uma preparação em muito pouco tempo e que foi feita com enorme sucesso. E também situações que nos obrigaram a ter um reflexão dentro do seio do CN, nomeadamente quando houve o chumbo do Orçamento do Estado, quando houve a invasão de um país soberano por parte da Rússia..Ainda assim há vozes críticas que dizem que o CN tem demasiado poder porque controla a lista de candidatos, as contas e a atividade política do partido... A IL é um partido liberal que é pela liberdade económica, política e social. É normal que haja pessoas que se identificam mais com um lado do que com os outros, mas o importante é que a IL não se perca em divisionismos artificiais porque estamos num país com enormes carências, com temas urgentes e para os quais é preciso apresentar medidas. As competências que estão atribuídas ao CN são as dadas pelos Estatutos que estão em vigor e, portanto, se houver necessidade de fazer alterações à composição e ao funcionamento do CN essas questões devem ser endereçadas numa convenção estatutária, no seio de um processo de revisão dos Estatutos..Apresentam-se a eleição cinco listas ao CN. Não revelam já alguma divisão num partido tão jovem? Ou é apenas a pluralidade a funcionar? É muito positivo ver que um partido tão jovem consegue ser uma força política com tanta vitalidade e que mostra já sinais de grande maturidade com o aparecimento de todas estas listas e com tantas pessoas disponíveis para darem o contributo ao partido e ao país..A saída de João Cotrim Figueiredo da liderança não poderá representar um retrocesso na trajetória de crescimento da IL? Não, acho que o partido vai continuar forte, é muito importante no espetro político português, é agregador, tem todas as visões do liberalismo dentro de si e tem como objetivo tornar Portugal mais liberal. O caminho é de sucesso e caberá aos membros manter este espírito e a vitalidade após as eleições de janeiro..A sua lista, a L, identifica-se com a candidatura de Rui Rocha. Mas se ganhar Carla Castro essa vitalidade manter-se-á? Caberá aos membros da IL decidir qual o projeto que terá melhores condições de levar o partido a crescer no futuro. O nosso lema é "todos pelo liberalismo" e na lógica de todos sermos poucos no combate que é preciso fazer ao socialismo para tornar Portugal mais liberal e para acabar com o empobrecimento do país..É importante, nesse sentido, a IL continuar a apostar numa camada mais jovem da população que tem andado mais alienada da política? É importante a IL fazer um apelo transversal de participação e sem dúvida que os jovens representam também uma parte da população muito importante, que é preciso trazer mais perto da política. Fazer com que percebam que é algo estruturante na vida em sociedade..paulasa@dn.pt