Maria Luís nega negociações sobre programa cautelar
[atualizada com intervenção do deputado do PCP, Paulo Sá, e resposta da governante]
Depois de interpelada pelo deputado socialista João Galamba sobre o facto do secretário de Estado das Finanças irlandês ter dito que Portugal e a Irlanda estavam a discutir essa saída para os seus programas de assistência, Maria Luís Albuquerque sublinhou, por duas vezes, que "não há nenhuma negociação em curso entre o Governo com a UE, com as instituições europeias".
E insistiu na argumentação que o Governo tem apresentado sobre o tema. Ainda longe da conclusão do programa de assistência (que será em junho de 2014): "Portugal segue atentamente aquilo que a Irlanda está a negociar e vamos tentar perceber até que ponto podemos beneficiar" dessas negociações, rematou a ministra.
Maria Luís Albuquerque voltaria ao tema, depois do deputado do PCP, Paulo Sá, acusar o Executivo de já estar a "preparar um segundo resgate", pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, quando Rui Machete apontou a taxa de juro de 4,5% para evitar esse novo programa de resgate. "Veio o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros revelar que o Governo está a preparar um segundo resgate e a desculpa que tem é a taxa de juros", notou o comunista.
A ministra insistiu que "não há nenhuma negociação em curso para qualquer segundo resgate ou programa cautelar, não há qualquer negociação dessa natureza". E a rematar: "Essa questão não está em cima da mesa."
Em entrevista ao Diário Económico, o secretário de Estado das Finanças da Irlanda, Brian Hayes, respondeu afirmativamente se Dublin está a trabalhar de perto com Lisboa, tendo em vista a saída dos respectivos programas. "Sim, continuamos a trabalhar de perto com o Governo português", disse Hayes. E perante a insistência se esse trabalho conjunto era extensível às negociações para o programa cautelar, o governante irlandês rematou: "Estamos em contacto com o Governo em todos os assuntos relacionados com os nossos países."