Maria José Morgado, a diretora do Departamento de Investigação Penal (DIAP) de Lisboa pediu escusa no processo que envolve Paula Teixeira da Cruz nos crimes de denúncia caluniosa e difamação agravada. Em causa a queixa feita pelos dois ex-técnicos do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) demitidos após o colapso do programa informático dos tribunais contra a ministra da Justiça..Os elementos da Polícia Judiciária (PJ) alegam que a titular da pasta "tentou" incriminá-los pelo bloqueio do sistema informático dos tribunais "para salvar a sua imagem pública". Esta participação contra a Ministra da Justiça deu entrada no DIAP de Lisboa no final de fevereiro. Nessa participação, conforme confirmou fonte da PGR ao DN, é referido um relatório do IGFEJ, no qual a diretora do DIAP de Lisboa é mencionada. "A diretora do DIAP de Lisboa é também indicada como testemunha"..Estes factos levaram a diretora do DIAP de Lisboa a suscitar perante a Procuradora-Geral Distrital de Lisboa um pedido de escusa e impedimento, propondo a redistribuição do processo ao Ministério Público da comarca mais próxima. A informação foi confirmada por fonte oficial do gabinete de Joana Marques Vidal ao DN. .A Procuradora-Geral Distrital de Lisboa, Francisca Van Dunem aceitou o pedido e determinou, nos termos do Código de Processo Penal, a remessa do inquérito à comarca de Lisboa Norte, por ser a sede de tribunal mais próxima..Os dois técnicos alegam que foram indiciados por sabotagem informática do Citius pela titular da pasta sem que "existissem quaisquer indícios desse crime". Em causa está o não funcionamento da plataforma informática, gerida pelo IGFEJ, que paralisou os tribunais por 44 dias. Na queixa-crime contra Paula Teixeira da Cruz, a defesa dos queixosos, protagonizada pela advogada Isabel Duarte, arrolou como testemunhas o ex-presidente do instituto Rui Mateus Pereira e o membro do Conselho Diretivo Carlos Brito.