Maria João Bastos: "Estou numa dor inexplicável"
Maria João Bastos despediu-se, esta segunda-feira, da sua cadela Amélie, "mais de uma semana depois de um imenso sofrimento". "Estou numa dor inexplicável por palavras. A minha Amélie era tão alegre, tão cheia de vida, feliz e saudável. Adorava rodopiar sobre si própria logo pela manhã, como se estivesse a dançar, a celebrar a vida", recordou, numa longa publicação que fez no Facebook.
Tudo começou a 1 de abril, quando a atriz deixou a sua chihuahua no Hospital Veterinário Vasco da Gama, para fazer uma destartarização dos dentes. "Depois de a entregar à veterinária Susana Vítor, que fez a intervenção, saí descansada da clínica. O primeiro momento em que fiquei apreensiva foi quando adiaram das 17.00 para as 19.00 a hora de a ir buscar. Quando me deram a Amélie, vi logo que ela estava em sofrimento, com dificuldade em respirar. Foi-me dito que era normal e que os sons aflitivos seriam devido a um tubo que lhe tinham enfiado pela garganta. Levei a Amélie para casa, muito angustiada com o estado em que a via. Em casa, a aflição dela em respirar continuava. Deitei-me ao seu lado a dar muitas festinhas e beijinhos e a conversar com ela, dizendo que ia ficar tudo bem".
Mas a pequena chihuahua não dava sinais de melhoras. Maria João Bastos decidiu ligar de volta para o hospital. "De novo me foi dito que era tudo normal e que eu não devia fazer nada. Insisti que era melhor verem de novo a Amélie, mas a médica, sorrindo do outro lado da linha, disse que me acalmasse, que não era preciso levá-la ao Hospital, tudo era normal. Eu acreditei na veterinária, aceitei de boa-fé as indicações da médica".
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Mas nem Amélie nem a sua dona conseguiram dormir nessa noite. "Com o avançar da madrugada, e cada vez mais angustiada, voltei a ligar para o hospital. Era já outro médico de serviço, descrevi tudo o que tinha antes descrito à Dr.ª Susana Vítor e pedi ajuda. Este veterinário disse-me para ir de imediato para o hospital. A minha Amélie percebia tudo, nesse momento, encostou-se a mim a pedir-me mimo, deu-me um último beijo, o único da noite, não por falta de vontade mas porque provavelmente as dores não lhe permitiam. Eu abracei-a e prometi que tudo ia ficar bem, que íamos ao hospital e que ela ia ficar bem".
Quando estavam prestes a sair de casa, aconteceu o pior. "A Amélie foi beber um pouco de água e, de repente, em segundos, e sem que nada fizesse prever este desfecho, caiu para o lado no chão da cozinha, a deitar muito sangue pela boca. Entrei em pânico, agarrei nela e fui para o hospital. O médico que me tinha atendido o telefone diz-me pouco depois que a tentou reanimar mas não conseguiu. Fiquei sem chão, o meu mundo desabou, deixei de ver e de ouvir. Nas seis horas que se seguiram não saí da clínica a pedir para falar com alguém. Precisava de uma explicação. Pedi para falar com o diretor, disseram-me que estava a passar o fim de semana fora de Lisboa. Pedi para falar com a veterinária que lhe fez a intervenção, disseram-me que ela não trabalhava ao fim de semana".
Horas depois, indignada com a falta de explicações por parte da clínica, Maria João Bastos decidiu voltar para casa. "Até hoje, não recebi nenhum contacto. Eu só queria perceber como é que a minha Amélie entrou saudável para fazer uma limpeza aos dentes e acabou por morrer. Para mim, os animais são e devem ser tratados com respeito e dignidade. A Amélie era a minha menina...E por ela e por todos os animais que por vezes são tratados de uma maneira menos digna espero fazer justiça", terminou a atriz.