Marcos Chuva ficou a sete centímetros da final

Saltador em comprimento só fez um ensaio válido, de 7,82 metros, mas não ficou desiludido: "O desporto é assim mesmo, não é uma ciência exata: às vezes é sim, às vezes é não."
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O português Marcos Chuva falhou esta quarta-feira a passagem à final do salto em comprimento dos Mundiais de atletismo por sete centímetros, tendo começado o concurso com dois saltos nulos, mas nem por isso sai desencantado de Moscovo.

O atleta, que se classificou no 16.º lugar final, com 7,82 metros, declarou depois da prova que "nada correu mal" e que não estava desencantado com o resultado.

"Nada correu mal. O que aconteceu foi que comecei a competição com um salto nulo. Não fiquei stressado, não fiquei enervado, continuei a lutar e a arriscar", declarou à Lusa o atleta do Benfica.

Com o segundo salto também nulo, Marcos Chuva viu as hipóteses de qualificação restringidas ao terceiro ensaio e a marca alcançada foi insuficiente para repetir a presença entre os 12 melhores, como tinha acontecido em Daegu2011, onde foi décimo.

"Faltava um único salto para tentar o apuramento. Como se costuma dizer: ou vai, ou racha. Poderia estar na final, entre os melhores do mundo, e sinto que sou um atleta que está entre os melhores. Mas o desporto é assim mesmo, não é uma ciência exata: às vezes é sim, às vezes é não", continuou.

O seu único salto válido ficou a sete centímetros do registo que fechou as vagas para a final de quinta-feira, numa sessão de qualificação em que o espanhol Eusébio Cáceres se destacou, com 8,25.

O saltador luso explicou porque não ficou desiludido com o resultado conseguido. "Desencantado? Não. Porque faço sempre o melhor possível. Não fico desencantado, posso ficar com vontade de mais", frisou, lembrando que o atual campeão olímpico, o britânico Greg Rutherford (7,87), também foi eliminado.

Além de Cáceres, só o sul-africano Godfrey Khotso Mokoena (8,16) e o russo Aleksandr Menkov (8,11) ultrapassaram a marca de 8,10 metros, que garantia acesso direto à final, enquanto o mexicano Luis Rivera, autor do melhor salto do ano (8,46), fez o quinto registo da jornada (8,04), atrás do alemão Christian Reif (8,04).

Segundo Chuva, "o último salto foi para o 'show', para a pica, para o espetáculo, para a vontade, para não pensar em nada, para saltar longe", mas o resultado não chegou.

Quando lhe perguntaram se os problemas físicos que teve não se refletiram no resultado, retorquiu: "Os problemas físicos já foram, não vamos falar agora nisso".

Com 24 anos completados este mês, Marcos Chuva, que tem como recorde pessoal 8,34 - a dois centímetros do máximo nacional de Carlos Calado (1997) - , tinha este ano 8,15 metros, salto que lhe valeu a medalha de bronze nas Universíadas, e chegou a Moscovo com o 19.º registo entre os 29 inscritos.

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