Marcelo na Madeira. "Uma visita para fugir à realidade"
Olhou para o programa de visita à Madeira de Marcelo Rebelo de Sousa e não gostou do que viu. Edgar Silva, o líder do PCP-Madeira e ex-adversário de Marcelo nas presidenciais (na ilha ficou em segundo lugar a seguir ao professor), desaprova as escolhas feitas: "É uma visita feita apenas de eventos sociais, organizada propositadamente para evitar problemas e fugir à realidade", critica.
A visita começa hoje com um jantar oficial no Palácio de São Lourenço. Amanhã o dia do Presidente tem início com uma guarda de honra pelos três ramos das Forças Armadas, seguida de uma sessão solene na Assembleia Legislativa. Antes do almoço, que será na Quinta da Vigia, com o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, colocará uma coroa de flores no monumento à autonomia. À tarde estará numa cerimónia de "imposição de insígnias" do governo regional e à noite participa na eucaristia na Sé Catedral do Funchal, seguida de um concerto de Rui Veloso, na Praça do Povo.
No sábado Marcelo parte para Porto Santo. Ali vai inaugurar um Núcleo Museológico Jorge Brum do Canto, ouvir a apresentação do projeto Porto Santo Sustentável - Smart Fossil Free Island e, a fechar, inaugurar o Hotel Pestana Dourada, com uma visita à suite incluída e cumprimentos na varanda à administração.
Não consta da agenda uma promessa feita em campanha, quando visitou o museu de Cristiano Ronaldo, que era o de voltar ali, se fosse eleito, para ver o espaço depois das obras. O novo Museu CR7 foi inaugurado no início deste mês.
[citacao: Não está na agenda a visita ao Museu CR7, prometida em campanha ]
Para Edgar Silva, "quem preparou este programa, que teve com toda a certeza a participação do governo regional do PSD e do seu presidente, Miguel Albuquerque, pretendeu claramente que o senhor Presidente da República não conhecesse a realidade da região nem situações incómodas".
O comunista acredita que Marcelo não se importaria de conhecer "as inquietações e aspirações dos madeirenses", através de alguns encontros com as forças vivas da região, como as associações empresariais, os sindicatos e instituições que acompanham os vários problemas da população".
Edgar Silva sublinha que "há um vasto conjunto de problemas que o governo regional tarda a resolver e que se agravaram com a situação económica e social, provocando mais desemprego, mais precariedade e mais empobrecimento".
"Os afetos do Presidente deviam chegar também às pessoas em dificuldades na Madeira", sugere.