Marcelo: Guterres na ONU e fim do défice excessivo foram alegrias. Incêndios a maior frustração

Presidente da República, em entrevista à Antena 1 em Angola, fez balanço dos altos e baixos de três anos de um mandato em que acredita ter sido acompanhado pela maioria dos portugueses, à esquerda e à direita
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A "maior alegria" foi o fim do procedimento por défice excessivo, sobretudo tendo partido de um contexto "muito negativo na maneira como muitos setores viam as perspetivas do novo governo em Portugal". Mas a eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas ficou "muito próxima". Já a maior frustração foi " a falta de preparação do país, de prevenção e de dificuldade de resposta, perante a tragédia dos incêndios" de 2017.

Estes foram os altos e baixos de três anos de mandato assinalados por Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista concedida à Antena 1 durante a sua visita oficial a Angola. Uma conversa em que Marcelo falou também da sua relação com o Parlamento e o governo, no âmbito de uma "experiência diferente, nunca vivida em Portugal, que é ter um governo minoritário com uma base de apoio parlamentar", e da forma como considera que essa relação foi encarada quer pelo eleitorado de esquerda quer pelo de direita.

"Houve, num determinado momento inicial, alguns setores que teriam preferido que esta fórmula governativa tivesse caído rapidamente, e que se tivesse frustrado a hipótese da passagem de orçamentos, quer em Bruxelas quer em Portugal", concedeu. "[Mas] a minha posição foi sempre a mesma: que era bom tentar que a legislatura chegasse ao fim. No que dependesse de mim, era bom para Portugal que isso acontecesse, na situação económica e financeira em que estávamos".

Quanto às críticas recebidas por alguns setores da direita, pela relação mantida com o governo, Marcelo defendeu que esta foi compreendida pelos eleitores de todo o espectro político: "Não acredito muito em sondagens mas, de qualquer forma, sondagens [com índices de aprovação] da ordem dos 60 e muitos por cento ou dos 70% significam que uma parte muito importante desse eleitorado é de centro-direita, não é de esquerda", defendeu Marcelo.

Uma visita diplomática

A propósito da visita a Angola, o Presidente da República assumiu que esta teve o objetivo de fazer "campanha por Portugal e pelos portugueses", considerando que essa papel "faz parte da missão" do Chefe do Estado. Marcelo assumiu ainda ter sido "intencional" assinalar os três anos de mandato em Angola, mas considerou que a reaproximação entre os dois países já começou há algum tempo, fruto de "uma aposta muito grande dos dois lados" que terá sido "surpreendente para muita gente".

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