Marcelo elogia a arte de Rui Chafes
O Presidente da República considerou esta sexta-feira que a atribuição do Prémio Pessoa 2015 ao escultor Rui Chafes foi um justo reconhecimento da sua "absoluta singularidade enquanto artista", descrevendo o seu trabalho como "uma arte poética e meditativa".
Na cerimónia de entrega deste prémio, que é uma iniciativa do jornal Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou também este semanário, do qual fez parte, nos tempos da sua formação.
Sobre Rui Chafes, o primeiro escultor a receber o Prémio Pessoa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "é a justo título galardoado", num sinal de "reconhecimento pelo percurso e a sua absoluta singularidade enquanto artista".
Segundo o Presidente da República, "o júri decidiu premiar um universo lento, denso, pensado, coerente, em tudo contrário à ideia de espetáculo". "É uma arte poética e meditativa, espiritual, se quisermos", acrescentou.
O Presidente da República referiu que para Rui Chafes "o lugar ideal da arte não são os museus, mas as igrejas, as capelas, os palácios, as grutas, as cavernas, as casas e todos os espaços onde as pessoas vivem e convivem com a arte diariamente", concluindo: "É esse viver e conviver que também aqui celebramos".
Sobre o semanário, o Presidente da República notou que "o Expresso representou uma escola precursora da democracia portuguesa, uma das matrizes da democracia portuguesa. E está por escrever a obra acerca do papel do Expresso nas várias fases da democracia portuguesa". Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou ainda esta oportunidade para "agradecer, como Presidente da República de Portugal, ao semanário o que fez pela sociedade portuguesa, o que continua a realizar pela sociedade portuguesa".
Na ausência do presidente da Impresa, Francisco Pinto Balsemão, devido a uma gripe, o chefe de Estado pediu ao seu filho, Francisco Pedro Balsemão, que lhe transmitisse "um sentimento de saudade e de gratidão" pelos tempos do Expresso, declarando que aprendeu com ele, "não apenas comunicação social, mas também democracia e também vivência cívica".
O Prémio Pessoa é atribuído anualmente, há 29 anos, a uma personalidade nacional que se tenha destacado nas áreas cultural, literária, científica, artística ou jurídica.
O prémio tem, este ano, o valor pecuniário de 60.000 euros.
Rui Chafes, nascido em Lisboa, em 1966, foi o primeiro escultor a receber esta distinção, tendo o júri considerado que o artista plástico "consegue o feito raro de produzir uma obra simultaneamente sem tempo e do seu tempo".