Marcelo diz que Sócrates agora pode vitimizar-se

A sentença do tribunal do Montijo sobre o caso <i>Freeport</i> representou "uma crítica do juiz ao sistema de justiça", afirmou este domingo o comentador político Marcelo Rebelo de Sousa.
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"Como é que é possível" que o juiz mande investigar eventuais pagamentos ilegais no Ministério do Ambiente - quando José Sócrates era titular da pasta - associados à construção daquele centro comercial, quando o processo foi aberto há sete anos, questionou-se Marcelo Rebelo de Sousa no seu habitual espaço na TVI.

Admitindo "em termos teóricos" que a investigação seja concluída antes de o caso prescrever, Marcelo considerou que na prática será "quase impossível" evitar essa prescrição face ao tempo já decorrido.

Sobre José Sócrates, Marcelo observou que "qualquer dia" estará transformado numa vítima e "começa a ser pagante" num processo em que "aparece com asas de anjo".

Marcelo Rebelo de Sousa comentou ainda as polémicas declarações do Bispo das Forças Armadas, sustentando que D. Januário Torgal Ferreira "tem todo o direito de fazer críticas"de âmbito político, social ou de outra natureza, "no espaço público".

"O problema é a forma" como o bispo criticou o Executivo, acusando-o de ser corrupto, na medida em que ficava obrigado a identificar os autores dessas práticas, frisou Marcelo Rebelo de Sousa.

O comentador mostrou-se cético quanto a cortes salariais no setor privado para cumprir o acordo com a troika, admitindo que o Governo irá buscar os dois mil milhões de euros necessários "ao capital privado" - como é o caso das parcerias público-privadas, assinalou - e não aos trabalhadores.

Essa solução, sustentou Marcelo, permitiria cumprir a recente decisão do Tribunal Constitucional em considerar inconstitucionais os cortes aplicados pelo Orçamento de Estado deste ano apenas à Função Pública.

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