Marcelo diz que Regata de Portugal é um bom exemplo do que é ser português
Tiago, de sete anos, foi o mais jovem convidado que esta sexta-feira de manhã esteve a bordo do Navio Escola Sagres. O convite foi-lhe feito pelo avô e ele ficou radiante, afinal ia ver "o nosso Presidente", Marcelo Rebelo de Sousa, que só conhecia da televisão e com quem gostaria de conversar. Além da conversa se ter realizado na emblemática embarcação portuguesa, esta ficará certamente marcada na memória desta criança, por ter sido na primeira Regata de Portugal, no âmbito da World Match Racing Tour, que decorre até domingo, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
Após as honras militares no portaló (saudações aos elementos da Marinha Portuguesa) e os cumprimentos aos restantes convidados, não descurando a sua atenção a nenhum dos presentes, o chefe de Estado deu particular atenção a Tiago. Virados para o Tejo, trocaram impressões sobre o evento enquanto era feita a contagem decrescente para o tiro de largada da primeira regata do Dia da República. "Vai ser dado um tiro para os barcos partirem todos ao mesmo tempo porque não seria justo uns largarem mais cedo do que outros", explicou Marcelo ao seu pupilo que acenou afirmativamente e não perdeu a oportunidade para questionar: "Estás por qual equipa?" Resposta pronta: "Eu estou por todos."
E é por estar por todos (e talvez um pouco mais pelos mais frágeis) que, aos jornalistas, Marcelo diz que num país virado para o mar "é inaceitável haver crianças, jovens e mais velhos que não saibam nadar". "É cada vez mais difícil compreender que não haja gente a saber navegar", acrescentou. O presidente defendeu mesmo que, à semelhança de países como a Noruega, Portugal tem de ter formação básica marítima e oceânica. "Agora que vamos promover a grande cimeira de 2020 sobre os oceanos temos de fazer a diferença", sublinhou, com a certeza porém, de que já fazemos essa diferença e de que esta iniciativa demonstra isso mesmo.
"A Regata de Portugal é um bom exemplo daquilo que é ser português", enfatizou o PR, confessando as suas reservas quando lhe foi comunicada a vontade de que este evento de grande envergadura se realizasse no nosso país. Mas agora, com a iniciativa a decorrer a bom ritmo, Marcelo Rebelo de Sousa teceu rasgados elogios à organização e aos cidadãos portugueses em geral. "Isto é um bom exemplo do 5 de Outubro. Nós conseguimos fazer muitas vezes o impossível. Isto é português, é Portugal. É bom que seja Portugal para os mais novos. Um Portugal virado para o futuro", afirmou, orgulhoso de ver tantas marcas portuguesas a patrocinarem este evento que pela primeira vez veleja em águas portuguesas.
Em declarações ao DN, também Assunção Cristas manifestou o seu contentamento em ver nas águas do Tejo e no recinto do terminal de cruzeiros "a nossa portugalidade muito bem representada". A líder do CDS-PP e vereadora em Lisboa disse que desde o início manifestou, juntamente com a autarquia, o seu total apoio a esta iniciativa tão voltada para a riqueza que é o Rio Tejo e para os produtos que são de origem nacional.
Nesta cerimónia do tiro da largada da primeira regata do dia, que culminou com o Porto de Honra, estiveram também, e entre outros, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina; o vice-presidente da Assembleia da República, José de Matos Correia e o deputado do Bloco de Esquerda, José Manuel Pureza.
Desde as três da tarde que a Sagres esteve aberta ao público com entrada gratuita. Já a Regata de Portugal prosseguiu com o início dos quartos-de-final, uma etapa à qual as duas equipas portuguesas presentes na competição - Team Portugal (de Hugo Rocha) e Adamastor Racing (equipa de Bernardo Freitas) - não chegaram. Mas quem assistiu às provas dos velejadores portugueses garante que "deram luta aos adversários".