Marcelo compra livro de FHC e diz não estar zangado com Temer

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve hoje mais de duas horas na Feira do Livro de Lisboa, onde comprou uma obra de Fernando Henrique Cardoso, no pavilhão Brasil, e disse não estar zangado com Michel Temer.
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"Não, mas não nos zangámos nada. Foi um problema de acerto de horários. Não houve problema nenhum", declarou, em conversa com uma responsável desse pavilhão que lamentou que o Presidente do seu país não tivesse recebido o chefe de Estado português durante as comemorações do 10 de Junho no Brasil.

Marcelo Rebelo de Sousa percorreu a Feira do Livro ao final do dia, levando uma mala de rodinhas pela mão - como fazia antes de ser Presidente da República -, que foi enchendo e trocou a meio do percurso por outro trólei vazio, que também acabou cheio de obras compradas e algumas oferecidas.

Durante o percurso, falou várias vezes aos jornalistas e considerou que "é muito difícil" trazer para Portugal a Agência Europeia do Medicamento e que Portugal não ganha em dividir-se internamente quanto à sua eventual localização, mas que "o Governo está a fazer o que deve fazer".

O Presidente da República foi também abordado por um jovem sobre o Acordo Ortográfico, com quem comentou que, "aparentemente, há deputados que querem levar ao parlamento" esse tema, acrescentando: "Vamos ver. Não sei se passa no parlamento".

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que este domingo é o último dia da Feira do Livro e apelou aos portugueses para que não percam a oportunidade de a visitar.

No pavilhão Brasil, um dos primeiros que visitou, comprou o livro "A Arte da Política", do antigo Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

Mal se aproximou, uma das responsáveis referiu-se à sua recente passagem por São Paulo e pelo Rio de Janeiro, para as comemorações do Dia de Portugal, lamentando que Michel Temer não o tivesse recebido nessa ocasião.

Marcelo Rebelo de Sousa desdramatizou a situação e explicou que esteve no Brasil apenas 24 horas, entre 10 e 11 de junho, e que o encontro com Temer "tinha de ser quase de madrugada do segundo dia e o Presidente não podia estar ao mesmo tempo em Brasília e em São Paulo".

"Não houve má vontade nenhuma", defendeu.

A responsável brasileira contrapôs, contudo, que Michel Temer devia tê-lo recebido, ainda "que não dormisse para o receber", mas o Presidente da República discordou: "não, foi muito simpático, sempre, é sempre muito simpático".

"Somos amigos há não sei quanto tempo", adiantou, referindo que Temer "é professor de direito constitucional".

A demora em cada pavilhão e as constantes paragens para fotografias e cumprimentos fizeram com que Marcelo Rebelo de Sousa chegasse atrasado, perto das 20:00, à apresentação de um livro sobre Mário Soares, com fotografias de Alfredo Cunha.

"Eu peço imensa desculpa, mas uma entrada na Feira do Livro é uma aventura. Sabe-se como começa e onde começa, não se sabe a que horas é que se termina", justificou-se o Presidente da República.

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