Marca de Luís Buchinho já exporta metade da produção

Coleções do criador nacional são totalmente produzidas em Portugal.
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Um "salto calculado" para a internacionalização permitiu ao criador de moda Luís Buchinho, em pouco mais de dois anos, exportar já cerca de metade das coleções, totalmente produzidas em Portugal, aumentando os clientes nos EUA e na China.

Luís Buchinho comemora 25 anos de carreira e em entrevista à agência Lusa falou da internacionalização da marca, processo que, apesar de ter começado apenas em 2013, inclui neste momento vendas para mais de 10 países como os Estados Unidos da América (EUA) -- para onde vende mais -, China, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Itália, Rússia ou França.

O designer recorda que se trata de uma "firma completamente independente e sem nenhum financiador", assegurando que as exportações, que neste momento representam já cerca de 50% da sua balança comercial, estão "em progressão".

Uma das grandes mais-valias da marca é o facto de esta ser 100% produzida em Portugal, maioritariamente no Norte do país. Segundo Luís Buchinho, também para os compradores internacionais esta escolha representa uma "garantia de qualidade".

"É algo que tem uma expressão que acho que nem nós, portugueses, temos muito a consciência do quão valioso é. Depois, em termos de logística, é muito mais fácil porque eu tenho um produto muito específico que tem que ser produzido de uma maneira muito acompanhada e é muito mais simples", justificou ainda.

Na sua opinião, em Portugal trabalha-se muito bem em matéria de produção têxtil, pelo que se sente bem a produzir e a comprar matérias-primas no país.

"Sou um agente, também, para a economia, para dar a volta e acho que isso é importante", sublinhou.

Buchinho diz que encontra capacidade de resposta no setor do têxtil e que a produção cada vez se torna mais simples porque está a decorrer em grandes quantidades.

"O que é mais difícil, geralmente, no trabalho de um criador de moda é trabalhar com quantidades muito pequenas e com peças algo difíceis de produzir. Torna-se difícil encontrar quem as queira fazer. Quando o volume começa a aumentar, o leque também começa a abrir e começa a ser mais simples", comparou.

O designar de moda realçou ainda que, nos últimos três anos, o mercado nacional "sofreu uma quebra muito acentuada", evidenciando que as exportações da sua marca vão continuar a aumentar em comparação com o consumo interno porque "Portugal tem um limite e o mundo ainda tem muito que explorar".

"Temos feito uma grande escalada nas feiras internacionais e temos sido bastante notados. Os últimos desfiles em Paris, com este paralelo com 'showrooms' e feiras de moda, fizeram com que a coleção desse um grande pulo", acrescentou o estilista.

Interrogado sobre o que falta fazer pelo setor da moda em Portugal, Buchinho é perentório ao afirmar: "não somos bons em marketing".

"Faltam aqueles grupos financeiros que têm uma capacidade de gestão e de produção em que se assina um contrato e se consegue realmente fazer uma coleção em que só dizemos aquilo que queremos na coleção. Tudo o resto é trabalhado pela firma, tendo agentes comerciais e financeiros e contabilidade", defendeu ainda.

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