Maratona negocial sem respostas. Antram e Fectrans reúnem-se hoje com o governo
A maratona negocial arrancou e o dia de ontem ficou marcado pelo sucessivo adiamento de reuniões e a falta de respostas. A menos de uma semana para a greve de motoristas de matérias perigosas e de mercadorias convocada para 12 de agosto, os portugueses já correm aos postos de abastecimentos e as dúvidas permanecem. Ontem, os sindicatos que emitiram o pré-aviso de greve - Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) - estiveram reunidos com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, num encontro que devia ter começado de manhã, mas que só teve início por volta das 16.00. O atraso desta reunião foi empurrando a vez de a Antram - Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias e da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e de Comunicações se sentarem à mesa com o governo, encontro que acabou por ser adiado para esta manhã, às 09.30, no Ministério das Infraestruturas.
Em declarações ao DN/Dinheiro Vivo, André Almeida, porta-voz da Antram, referiu desconhecer o conteúdo das reuniões anteriores e saudou apenas o "grande esforço do governo para que as partes possam atingir um entendimento", que "esteve a longo do dia preocupado em que a Antram não ficasse de forma alguma preocupada com as reuniões que estavam a decorrer".
André Almeida disse não acreditar que da reunião de hoje se saiba algo mais sobre a greve da próxima semana. "A reunião, juntamente com a Fectrans, será para discutir em detalhe e de boa-fé melhorias no setor e melhores condições de trabalho para os trabalhadores."
Em cima da mesa está a renegociação do contrato coletivo de trabalho (CCT), assinado em setembro de 2018, assim como o aumento salarial dos motoristas de matérias perigosas.
"Queríamos sublinhar que os trabalhadores destes sindicatos [SNMMP e SIMM], que tudo indica vão para greve, não terão o aumento para 2020 já convencionado que terão os trabalhadores da Fectrans chegando-se a um entendimento", apontou André Almeida."Um trabalhador de matérias perigosas que esteja filiado na Fectrans, a partir de janeiro começa a ganhar mais 250 euros com impostos, podendo ultrapassar os 300. Um trabalhador filiado no SNMMP não ganha nada, fica com o mesmo salário que tem hoje", afirmou.