Máquinas a mandarem nos humanos? "Futuro muito longínquo"

Debate animado entre professores do IST ajudou a perceber o quão importante a tecnologia<br> já é na vida humana
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"Será o mundo um dia governado por inteligência artificial?". Pergunta inevitável dados os avanços tecnológicos que se verificam praticamente a cada dia. O contexto da visita ao Instituto Superior Técnico? Um convite da PlayStation. O contexto? O lançamento do jogo Horizon Zero Dawn, em que o ambiente é pós-apocalítico e as máquinas mandam na Terra.

A resposta é "Não", ou pelo menos nenhum de nós estará vivo para o ver. Quem o diz são os professores João Sequeira, João Santos Vítor, Pedro Lima e Rodrigo Ventura, e o técnico de laboratório Ricardo Nunes.

Nenhum acredita num total domínio das máquinas sobre a raça humana, como já foi descrito em vários livros ou contado em diversos filmes. Se acontecer, será apenas num "futuro muito, muito longínquo", afirmaram os especialistas, depois de alguns segundos de silêncio, sorrisos e olhares em redor da sala.

Ainda que seja evidente que o homem e a máquina estejam cada vez mais interligados. Rodrigo Ventura, professor de 42 anos, dá o exemplo de como está automatizado o funcionamento dos armazéns da Amazon, em que há robôs para ir buscar as encomendas.

Também José Santos Vítor, presidente do Instituto de Sistemas e Robótica, deu o exemplo de como as compras online servem para que fique criado um "perfil" digital que pode ser usado por várias aplicações na internet. Mas apesar de tudo, ressalva, ainda existe uma "grande distância" entre humanos e robôs no que toca à resolução de determinadas tarefas e problemas.

"Há uma grande diferença entre os sistemas virtuais não incorporados, digamos assim, e o exemplo dos robôs", considerou Pedro Lima, também professor no IST, de 55 anos, referindo-se aos sistemas presentes nos assistentes digitais, como a Siri ou a Cortana.

Definido que não iremos ser tomados de assalto por robôs armados super inteligentes (pelo menos nos próximos anos), ficou também assente que são necessárias regras éticas para esta atividade. E que é tão complicado "seguir as regras como criá-las".

Em total acordo estiveram os presentes na última questão em conversa. "Se tivesse, um robô o que este faria?".

"Tarefas domésticas", ecoou na sala.

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