Mão-de-obra explorada na produção de sumo de laranja

A maior parte do sumo de laranja consumido na União Europeia é fabricada no Brasil por trabalhadores em condições de exploração e abusos, afirmaram ontem membros de organizações não-governamentais a deputados do Parlamento Europeu.
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Entre os presentes na delegação estava Marcio Bortolucci, advogado que representa mais de 500 trabalhadores brasileiros das plantações afetadas, e Cicera Couto, apresentada como uma das vítimas e que sofreu danos na coluna.

As empresas Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus, que controlam 85% da produção mundial de sumo de laranja, combinam os preços entre elas e favorecem uma exploração do trabalho que infringe os padrões europeus, afirmaram os representantes das ONG, citados pela agência Efe.

Os denunciantes referiram especificamente quatro distribuidores alemães, já que 80% dos sumos consumidos no país são produzidos no Brasil: Lidl e Aldi, também existentes em Portugal, e Edeka e Rewe.

O objetivo das organizações na visita a Bruxelas é consciencializar os consumidores europeus sobre as condições de produção dos sumos que bebem.

AS ONG pedem que os políticos criem uma regulação para combater a exploração e investiguem o suposto cartel no Brasil, além de sugerirem a nomeação de um defensor público para fiscalizar os abusos.

Os representantes das ONG afirmaram que os deputados se comprometeram a analisar a situação, segundo a Efe.

O grupo reúne-se hoje, em Bruxelas, com a eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, com a também portuguesa Maria do Céu Patrão Neves, e com o maltês David Casa e o irlandês Guy Mittchell, os três do Partido Popular Europeu.

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